
A Casa Branca confirmou que seguirá com a aplicação da tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os parceiros comerciais, sem exceções. A medida, que entra em vigor à meia-noite desta quarta-feira (12), pode impactar diretamente as exportações brasileiras, especialmente no setor siderúrgico.
O Brasil é um dos principais exportadores de aço para os Estados Unidos, ocupando a segunda posição em volume, atrás apenas do Canadá. No ano passado, foram enviadas 3,88 milhões de toneladas, correspondendo a 16% do total importado pelos americanos. O impacto da nova tarifa pode afetar significativamente o setor, já que cerca de metade das exportações brasileiras de aço têm como destino os EUA.
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A decisão do governo americano tem sido justificada com base em argumentos de segurança nacional, sob a alegação de que a importação excessiva de aço enfraquece a indústria siderúrgica do país. O ex-presidente Donald Trump, que anunciou a medida em fevereiro, mencionou a segurança nacional diversas vezes ao justificar as restrições, citando ainda um suposto desvio de aço chinês por meio de outros países, incluindo o Brasil.
O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas nacionais, contestou a argumentação americana e afirmou que o país não participa de práticas desleais de comércio. Em 2018, os EUA já haviam imposto uma tarifa semelhante, posteriormente flexibilizada sob o governo de Joe Biden em 2022. Agora, a nova medida representa um desafio para o Brasil, que pode perder bilhões de dólares em exportações.
Empresas como ArcelorMittal, Ternium e Usiminas estão entre as mais afetadas, pois destinam grande parte de sua produção aos EUA. Por outro lado, a Gerdau, que tem operações mais diversificadas e atende outros mercados, pode sofrer menos impacto.
O governo brasileiro busca alternativas para mitigar os efeitos da medida e negocia possíveis concessões comerciais com os Estados Unidos. Além do aço, as tarifas sobre o etanol brasileiro estão na pauta de discussões, com o Brasil tentando obter contrapartidas na exportação de açúcar ou carne bovina.
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A decisão da Casa Branca reforça um cenário de incerteza para o comércio bilateral, e analistas avaliam que o Brasil terá dificuldades para reverter as tarifas. A indústria siderúrgica nacional agora busca alternativas para minimizar os impactos econômicos da nova política americana.
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