
A Amazônia, maior bioma do país, não para de sofrer mudanças profundas. Ao longo de quatro décadas, mais de 52 milhões de hectares de vegetação nativa desapareceram, segundo o levantamento do MapBiomas, refletindo uma transformação significativa do território causada pela ação humana.
Os dados indicam que a maior parte dessa perda afetou a cobertura florestal, com quase 50 milhões de hectares degradados. Além disso, houve redução de 2,6 milhões de hectares em áreas de superfície coberta por água, florestas alagáveis, apicuns e manguezais. Imagens de satélite revelam que 83% da área antropizada no bioma foi registrada nos últimos 40 anos.
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IMPACTOS AMBIENTAIS
A pecuária é a atividade que mais se expandiu, passando de 12,3 milhões de hectares nos anos 1980 para 56 milhões em 2024. Em termos proporcionais, a agricultura teve um crescimento ainda mais expressivo, saltando de pouco mais de 3 mil hectares para 352 mil, um aumento de 110 vezes. A mineração, por sua vez, avançou de 26 mil hectares para 444 mil.
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A engenheira florestal Janaína Rocha, mestre em Ciências de Florestas Tropicais, destaca o impacto ambiental da mineração: "Ela é considerada, sim, uma das atividades mais graves em relação aos impactos ao meio ambiente. Isso porque os seus impactos são irreversíveis ou de altíssimo custo de reabilitação dessas áreas, já que a atividade retira o solo, contamina a água e torna inviável o restabelecimento de qualquer forma de vida nesses locais minerados."
MORATÓRIA DA SOJA
No setor agrícola, boa parte da expansão está ligada às lavouras de soja, que ocuparam 5,9 milhões de hectares em 2024. O MapBiomas aponta, no entanto, que a soja deixou de ser um dos principais vetores de desmatamento na Amazônia após a Moratória da Soja, acordo firmado em 2006 para impedir a compra de grãos de áreas recém-desmatadas. Hoje, a expansão da cultura ocorre principalmente em áreas já abertas, com queda de 68% do desmatamento direto para novas plantações desde 2008.
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