A cada ano uma nova corda é utilizada na grande procissão do segundo domingo de outubro. Tradicionalmente, a corda chegava do Estado da Paraíba, mas, este ano, como já vem ocorrendo desde 2006, veio direto da Bahia. O que, para os milhões de devotos que seguem a corda pelas ruas de Belém no segundo domingo de outubro, é apenas um detalhe, pois ela é sempre a mesma e tem um grande significado: a materialização da fé na padroeira. Tanto assim, que aquele fiel que consegue um pedaço da corda durante a procissão se considera o mais abençoado entre todos. Muitos dos promesseiros só sentem que cumpriram sua missão na totalidade se levarem um pedaço da corda para casa.
Ela é símbolo não só do Círio como também da trasladação. Tem 400 metros de comprimento, duas polegadas de diâmetro e é produzida em titan torcido de sisal oleado. A utilizada este ano foi dividida em duas partes: uma de 400 metros para a Trasladação e outra do mesmo tamanho para a grande procissão. Conta com 32 argolas de ferro que servem para a atracação da corda.
Esse ícone foi utilizado pela primeira vez em 1855, em função da berlinda ter ficado atolada em um dos raros domingos do Círio em que choveu. A diretoria da festa da época resolveu, então, arranjar uma corda emprestada para que os fiéis puxassem a berlinda. O episódio fez com que a corda fosse levada como prevenção, em caso de um novo contratempo. Mas foi somente 30 anos depois que a corda substituiu, de vez, os animais que puxavam a berlinda.
O atrelamento da corda à berlinda sempre foi um dos pontos que mais chamaram a atenção de quem acompanha o Círio. No ano de 1995, depois de mais de 200 anos de procissão, a corda não saiu da frente da Catedral Metropolitana de Belém. Por medidas de segurança e para melhorar a fluidez da romaria, a diretoria da festa transferiu a saída para o Mercado do Ver-o-Peso, onde a berlinda é atrelada à corda. A mudança causou tumulto e romeiros cortaram a corda que, pela primeira vez foi atrás da berlinda e não à frente. Em 1999, esse atrelamento passou a ser através de uma argola metálica, no Boulevard Castilhos França.
CURIOSIDADES
AUSÊNCIA
Em 1926, a corda não chegou a ser usada, por ordem do arcebispo Dom Irineu Jofilly, por achar que não era certo homens e mulheres seguirem juntos naquele espaço. Só em 1931 ela voltou ao Círio.
FORMATO
Até 2003, a corda tinha formato de “U”, pois as extremidades eram atreladas à berlinda. Há seis anos, ganhou formato linear, com 2 polegadas de diâmetro e cerca de 1.200 quilos. (Diário do Pará)

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar