Com a criação desse modo de preparar alimentos, surgiram várias informações na internet afirmando que a fritadeira air fryer é cancerígena. Isso causou um alarde, já que ela está cada vez mais presente na casa dos brasileiros. Entretanto, não há indícios que o eletrodoméstico possa causar um câncer, mas, isso não significa que não é preciso estar atento ao tipo de comida que está sendo feita.
A air fryer surgiu como uma substituta da fritura tradicional, que necessita de grandes quantidades de óleo, justamente por não exigir que a pessoa adicione muita gordura para o preparo do alimento. E, mesmo assim, a comida fica com o aspecto crocante e seco.
No atual contexto da pandemia, a procura pela fritadeira elétrica no Google foi de 27 para 71, em uma escala que vai até 100. De acordo com uma pesquisa feita pela GfK, plataforma que analisa o consumo em todo o mundo, a demanda por ela, no online, aumentou mais de 100%
O próprio nome já indica a forma como o preparo ocorre. Em inglês, air significa “ar” e fryer “fritadeira”, ou seja, a comida é “frita” utilizando um ar muito quente.
Ao ligar a fritadeira elétrica, dois processos começam a acontecer ao mesmo tempo. Enquanto uma bobina que contém pequenas hélices, posicionada na parte superior do eletrodoméstico, é ativada e começa a girar em altíssima velocidade, a temperatura começa a subir. Devido às hélices, o ar passa a também circular de maneira extremamente veloz, assim entrando em contato, igualmente, com todos os ingredientes que estão na bandeja, aquecendo-os e deixando-os semelhantes à fritura tradicional.
“Considerando que a fritura é uma técnica culinária que prepara alimentos mergulhando os ingredientes em gordura, o termo frito não é o mais adequado”, pontua Erika Simone Carvalho, especialista em Nutrição Oncológica pela SBNO. O ideal seria cozimento.
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A fritadeira airfryer é cancerígena?
Segundo as informações que circulam, preparar comida na airfryer pode causar um câncer por conta de algumas substâncias que seriam liberadas durante esse processo. A principal, seria a acrilamida, seguida pelos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) e aminas heterocíclicas (HCAs). Entretanto, dizer que a fritadeira airfryer é cancerígena está incorreto.
Em relação à acrilamida, as mensagens alertam que os alimentos não devem ser preparados durante muito tempo acima dos 120º, pois haveria uma maior produção dessa substância, que seria cancerígena.
A especialista em nutrição oncológica explica que a acrilamida é formada em alimentos ricos em amido quando são cozidos, torrados, grelhados ou fritos em alta temperatura, até ficarem em um tom marrom escuro. Por exemplo, batata, batata-doce, mandioca, milho, aveia, trigo e arroz.
“Estudos em animais mostraram uma ligação entre esses alimentos cozidos demais que contêm acrilamida, e o risco de câncer. Entretanto, avaliações em humanos não encontraram nenhuma evidência científica de ligação entre comer alimentos contendo acrilamida e o risco de câncer”, afirma Erika.
Ela complementa dizendo que, em relação aos PAHs e HCAs, os estudos em laboratório mostraram que elas podem causar mutações genéticas no DNA, que, por sua vez, aumentam os riscos do desenvolvimento de tumores. Essas substâncias aparecem, predominantemente, nas carnes.
“HCAs e PAHs tornam-se capazes de danificar o DNA somente após serem metabolizados por enzimas específicas no corpo (bioativação). Estudos descobriram que a atividade dessas enzimas, que se diferem entre as pessoas, pode ser relevante para os riscos de câncer associados à exposição a esses compostos”, diz.
Os HCAs acontecem, principalmente, quando a carne é feita na grelha ou frigideira em temperatura acima dos 150º. Ou seja, está mais presente em frango e bife bem passados, assados ou grelhados. Já os PAHs podem se formar em métodos que expõem a carne à fumaça, como em churrascos.
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