
A busca por alternativas que reduzam a dependência de recursos físicos e minimizem os impactos ambientais tem impulsionado o avanço de soluções tecnológicas como a computação em nuvem.
A tecnologia utiliza a internet para oferecer serviços em rede, dispensando a necessidade de armazenar dados em um único equipamento.
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Além de proporcionar acesso remoto a informações e aplicações a qualquer hora e de qualquer lugar em que haja conexão com a internet, a computação em nuvem também se destaca por oferecer serviços de melhor desempenho a um custo mais acessível para o usuário.
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Na prática, o funcionamento da tecnologia se baseia na centralização de serviços de software e hardware em uma única estrutura, capaz de atender milhares de usuários simultaneamente.
Essa integração favorece não apenas a economia de recursos financeiros, como também contribui para a redução do consumo de energia e equipamentos físicos, gerando impactos positivos no meio ambiente.
O professor titular da Universidade Federal do Pará (UFPA) e vice coordenador do INCT ICoNIoT (Redes de Comunicação e Internet das Coisas Inteligentes), Eduardo Cerqueira, lembra que a computação em nuvem começou a ser amplamente utilizada já há algum tempo, aproximadamente 15 anos.
“Podemos explicar de forma simples que a computação em nuvem é uma tecnologia que permite usar programas, executar serviços, guardar arquivos e acessar serviços pela Internet (na nuvem), sem precisar usar recursos do computador local ou smartphone”, esclarece.
“Por exemplo, em nosso dia a dia, podemos armazenar arquivos na nuvem ao invés de usar a memória de nosso smartphone ou, para usuários mais experientes, podemos utilizar serviços de Inteligência Artificial (IA) na nuvem para o desenvolvimento, treinamento e implantação de modelos de IA. Google, Amazon, IBM e Microsoft são exemplos de empresas que oferecem serviços na nuvem”.
Hoje, o professor aponta que existem três principais tipos de serviços de computação em nuvem, cada um com características específicas e que atendem a diferentes necessidades.
Uma delas é a Infraestrutura como Serviço (IaaS), que possui a infraestrutura básica necessária para que seja possível executar aplicações e serviços na nuvem, sem precisar comprar e manter hardware físico em casa ou empresa.
“Por exemplo, uma empresa pode hospedar um site e banco de dados na nuvem”.
O segundo tipo de serviço apontado pelo pesquisador é a Plataforma como Serviço (PaaS), que oferece uma plataforma completa para desenvolvimento, teste e implementação de aplicações.
“Por exemplo, um usuário pode desenvolver um aplicativo sem se preocupar com os servidores, pois pode usar a PaaS disponível por empresas de computação em nuvem”, explica.
“O terceiro é o Software como Serviço (SaaS) que pode oferecer aplicações completas hospedadas na nuvem, prontos para serem usados diretamente pelos usuários. Um exemplo comum em nosso dia a dia de SaaS é o Google Workspace (antigo G Suite), onde frequentemente usamos Gmail, Google Docs e Google Drive sem nos preocuparmos com configurações do servidor”.
Com diferentes tipos de serviços de nuvem que facilitam a vida dos usuários, o professor destaca que, naturalmente, a escolha de qual serviço de nuvem usar depende das necessidades dos usuários, dos requisitos das aplicações e do orçamento disponível.

Eduardo Cerqueira lembra, ainda, que quando integrada com sistemas Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), a computação em nuvem oferece soluções escaláveis e inovadores para setores que vão desde a saúde, automação industrial, transporte, agricultura e até mesmo para soluções ligadas ao meio ambiente e a sustentabilidade, temas centrais para as discussões que deverão nortear a COP30, por exemplo.
“A computação em nuvem é vista como uma grande aliada nas práticas sustentáveis de empresas e organizações, oferecendo maneiras de reduzir o consumo de energia, otimizar recursos naturais, diminuir o impacto ambiental e colaborar para a melhoria de processos e tarefas executadas por humanos”, analisa.
“A computação em nuvem pode reduzir o alto consumo de energia de servidores/centro de dados. Por exemplo, através da virtualização e contenção de servidores que ajudam a maximizar a utilização de cada servidor ou mesmo da utilização de infraestrutura sob demanda (uso de recursos de forma dinâmica – apenas quando realmente for preciso)”.
Outro exemplo citado pelo pesquisador e que está presente no dia a dia é a utilização de ferramentas de colaboração remota em nuvem, o que facilita o trabalho remoto, reduzindo a necessidade de deslocamento físico e, consequentemente, a emissão de gases de efeito estufa (GEE) pelos meios de transporte.
“Também é possível contratar serviços de nuvem que rodam em servidores que utilizam 100% de energia renovável ou possuem sistemas de refrigeração inteligente que precisam de uma menor quantidade de energia em sua operação”, lembra.
“Serviços e aplicações baseadas na nuvem, IA e IoT podem ser usados para otimizar processos, prever e reduzir desperdícios, o que tem grande impacto ambiental, social e econômico. Inclusive, esses temas deveriam ser discutidos em iniciativas como a COP30, pois têm capacidade de impactar positivamente na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente”.

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