Os cabelos brancos e grisalhos são conhecidos por denunciar a idade de alguém. Essa perda da coloração dos fios pode parecer uma mudança permanente, mas um estudo publicado na última terça (22) na plataforma eLife Sciences mostrou que esse processo pode ser desfeito.
De acordo com os pesquisadores, conforme passam os anos, os melanócitos – células do folículo capilar, também envelhecem. Eles que produzem a melanina que dá cor aos fios – a eumelanina, pigmento que deixa o cabelo castanho ou preto, ou a feomelanina, dos cabelos ruivos e loiros.
Segundo os especialistas, os mecanismo por trás da perda de cor dos cabelos já é conhecido pelos cientistas, mas a capacidade de recuperação da cor era objeto de estudos há décadas. Agora, uma nova pesquisa conseguiram maiores evidências de que o cabelo branco pode se tornar colorido de novo.
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Cerca de 14 voluntários foram selecionados para a pesquisa: homens e mulheres com idades entre 9 e 65 anos, em sua maioria brancos, com cabelos bicolores em partes diversas do corpo: couro cabeludo, face ou região pubiana.
Os pesquisadores também investigaram a associação entre os padrões de pigmentação nos fios dos participantes e o estresse psicológico, alguns estudos já sugeriram que o estresse pode nos deixar de cabelos brancos.
Então, os cientistas deram início ao estudo escaneando e quantificando as mudanças de cor dos fios. Assim, eles perceberam que 10 dos participantes tinham fios de cabelo grisalhos ou brancos que recuperaram a pigmentação – ou seja, fios com trechos sem cor mais próximos à extremidade do cabelo e trechos coloridos mais próximos à raiz. Isso mostrou que, uma vez grisalho, um fio de cabelo pode recuperar a cor, mesmo que temporariamente.
Martin Picard, pesquisador da Universidade Columbia que participou do estudo, afirma que provavelmente o processo de embranquecimento é mais reversível quando está em seu início – na casa dos 30 anos. E, quem já possui vários cabelos brancos provavelmente atingiu um ponto sem retorno. Mas mesmo assim é possível que os folículos capilares ainda sejam maleáveis à mudança.
Para isso, a equipe observou a alternância entre grisalho e colorido de alguns fios e calculou cada mudança de cor com base em uma taxa média de crescimento do cabelo humano – aproximadamente um centímetro por mês.
Cada participante forneceu um histórico dos eventos mais estressantes que havia enfrentado ao longo de um ano, e os pesquisadores puderam relacionar este histórico com o histórico de crescimento e alternância de cor.
Assim, eles perceberam que os momentos de maior estresse correspondiam ao surgimento de cabelo grisalho, enquanto os momentos de relaxamento correspondiam a um retorno da cor nos fios de alguns participantes.
Agora, os cientistas pretendem examinar melhor a ligação entre o estresse e o embranquecimento do cabelo, acompanhando participantes durante certo período de tempo.
Picard afirma: “É bastante claro que o cabelo codifica parte da sua história biológica de alguma forma”. “O cabelo cresce fora do corpo e depois se cristaliza nessa [estrutura] dura e estável que guarda a memória do seu passado”, afirma.
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