Investigadores da Academia das Ciências da Califórnia estimaram em, pelo menos, 92 anos a idade do peixe mais velho do mundo a viver num aquário, o peixe-pulmonado-australiano (Neoceratodus forsteri). Os pesquisadores conseguiram determinar a idade do animal graças a técnicas inovadoras de análise genética.
Segundo os cientistas Ben Mayne e David T. Roberts, o peixe-pulmonado-australiano tem entre 92 e 101 anos. O peixe vive no Aquário Steinhart, na Academia das Ciências da Califórnia, São Francisco (Estados Unidos), desde 2 de Novembro de 1938. Quando chegou tinha metade do seu tamanho atual.
Este peixe ficou famoso não apenas pela sua idade mas pela sua “personalidade encantadora” e pelo seu “gostar de receber corinho no dorso”, segundo um comunicado da Academia.
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A informação sobre a idade deste peixe ocorreu a poucos dias da celebração dos 100 anos do Aquário Steinhart, a 29 de Setembro. Segundo os especialistas, esta informação faz parte de um estudo mais vasto para ajudar a estimar a idade destes peixes na natureza e apoiar os esforços de conservação em curso.
“Apesar de sabermos que este peixe chegou até nós no final da década de 1930, naquela altura não havia um método para determinar a sua idade. Por isso, é muito entusiasmante ter informação, baseada na Ciência, sobre a sua idade actual”, comentou Charles Delbeek, curador no Aquário Steinhart.
O estudo coordenado por Mayne e Roberts incluiu ainda outros dois peixes-pulmonados que vivem no aquário, com 54 e 50 anos de idade, e mais 30 animais de seis instituições nos Estados Unidos e na Austrália. O objetivo do trabalho é criar um catálogo de peixes-pulmonados vivos que torne mais precisa a informação sobre a esperança média de vida desta espécie.
“Pela primeira vez desde a descoberta do peixe-pulmonado-australiano em 1870, o relógio genético para estimar a idade que desenvolvemos oferece a capacidade para prever a idade máxima de uma espécie”, comentou Mayne.
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Segundo Roberts, “esta abordagem para estudar animais ameaçados raros e que vivem muito tempo pode ser extrapolada para quase qualquer espécie de vertebrados e demonstra o valor que instituições que cuidam de animais, como a Academia das Ciências da Califórnia, podem ter na melhoria do conhecimento dos animais para melhorar a conservação das espécies em estado selvagem”. Os dois investigadores deverão publicar o resultado do seu trabalho no final deste ano.
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