Segundo estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação (FAO), gafanhotos e grilos são uma ótima fonte de gorduras boas, e o percentual de proteínas nos alimentos à base desses insetos pode chegar a até 69% do total. Além disso, a entidade destaca que esses animais são ricos em micronutrientes como cobre, ferro, magnésio, manganês, fósforo, selênio e zinco, além de riboflavina, ácido pantotênico, biotina e, em alguns casos, ácido fólico.
Devido às suas propriedades nutricionais, governo do México resolveu apostar nos gafanhotos para combater a desnutrição infantil no país. Centena de crianças da comunidade de Tlaltizapán (estado de Morelos) recebeu diariamente, durante cinco semanas, um biscoito feito de farinha preparada com esses insetos, como parte de um projeto de pesquisa acadêmica apoiado pelo governo e hospitais.
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As crianças foram submetidas a exames antes e após ingerirem os biscoitos, para medir seus níveis de nutrição. Embora os resultados ainda não estejam prontos, seus familiares contam que perceberam efeitos positivos do alimento.
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"Desde o primeiro dia em que começaram a comer os biscoitos, eles estão mais atentos, comem bem. Servem, inclusive, de entretenimento", diz Paula Rodríguez, 57 anos. Seus três netos, incluindo irmãos gêmeos de 8 anos, receberam a ração na sede local do Instituto Nacional de Pediatria (INP), entidade governamental que apoia a iniciativa.
Um relatório desse organismo de 2021 destacou que, no México, 12,5% dos menores de 5 anos têm atraso de crescimento, 6,8% sofrem de sobrepeso e 1,7% estava abaixo do peso. As crianças nessa faixa etária representam 8% dos 126 milhões de habitantes do país.
A experiência em Tlaltizapán será repetida em janeiro, em uma comunidade vizinha.
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