Nos últimos anos, um projeto está trabalhando para reintegrar tartarugas-gigantes ao seu habitat, em Madagascar, pela primeira vez em 600 anos depois de serem exterminadas. O primeiro grupo dos Aldabra (Aldabrachelys gigantea), megaherbívoros de 350 quilos, foi transferido para as Ilhas Seychelles e tem se reproduzido por conta própria desde então.
A tartaruga-gigante de Aldabra é a segunda maior espécie de tartaruga terrestre do mundo, sendo superada apenas pela tartaruga-gigante de Galápagos (Chelonoidis nigra). Com uma longevidade que pode chegar a 100 anos. Um artigo sobre a reintrodução da espécie foi publicado no The Conversation.
Há 600 anos, todas as tartarugas-gigantes foram caçadas até a extinção em Madagascar. Logo, a reintrodução da tartaruga de Aldabra marca o retorno dessas espécies à ilha pela primeira vez desde 1500.
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Esse animal é conhecido por sua natureza sociável, reunindo-se em grandes grupos para alimentação e descanso. Em sua passagem pela região, eles desempenharam um papel crucial na preservação do equilíbrio ecológico, ao se alimentarem de frutos e dispersarem as sementes por meio de seu esterco.
Assim, as tartarugas-gigantes contribuíram para o crescimento de florestas, bosques, arbustos e pastagens variadas. Atualmente, grande parte desses habitats foi destruído pelas ações humanas, resultando em pastagens desprovidas de árvores.
O especialista em tartarugas e biólogo de conservação de Madagascar, Miguel Pedrono, colaborou com o governo local para reintroduzir a tartaruga-gigante de Aldabra na Reserva Anjajavy, situada no noroeste de Madagascar.
Um grupo inicial de 12 tartarugas, cinco machos e sete fêmeas, foi introduzido na reserva e equipado com localizadores antes de ser solto. A reintrodução das tartarugas ocorreu de forma mais tranquila do que o esperado. No ano, dois filhotes nasceram, e ao longo dos cinco anos subsequentes, outras 152 tartarugas vieram ao mundo.
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Logo após o nascimento, os filhotes de tartaruga são transferidos para um berçário em Anjajavy e serão reintegrados à natureza assim que suas carapaças estiverem desenvolvidas para protegê-los de predadores, como gatos selvagens, cães, ratos, aves de rapina e a fossa (ou fosa, Cryptoprocta ferox), o maior carnívoro endêmico de Madagascar.
Enquanto isso, as tartarugas juvenis estão sendo criadas em um ambiente que simula condições naturais, para desenvolver as habilidades para sobrevivência na natureza. Por meio da reprodução natural, o objetivo deste projeto é alcançar uma população de 500 tartarugas-gigantes selvagens na Reserva Anjajavy até 2030 e cerca de 2.000 até 2040.
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