plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 31°
cotação atual R$


home
CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

Ex-premiê de Bangladesh é condenada à pena de morte

Sentença de morte, repressão aos protestos e julgamento à revelia moldam o novo capítulo da crise política que expõe feridas abertas desde 2024.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Ex-premiê de Bangladesh é condenada à pena de morte camera Sheikh Hasina foi condenada à morte por crimes contra a humanidade após julgamento à revelia. | Reprodução/Wikipedia Commons

Em uma região marcada por disputas violentas, rupturas institucionais e narrativas que se sobrepõem ao ritmo dos acontecimentos, o destino de líderes poderosos costuma ser decidido não apenas nos gabinetes, mas também no eco persistente das ruas. Em Bangladesh, essa lógica voltou a se impor de maneira brutal.

A ex-primeira-ministra Sheikh Hasina foi condenada à morte por crimes contra a humanidade, após um tribunal especial atribuir a ela responsabilidade direta na violenta repressão aos protestos estudantis de 2024 - episódio que a ONU calcula ter deixado até 1.400 mortos, grande parte atingida por disparos das forças de segurança. Assim que o veredicto foi lido em Daca, aplausos explodiram dentro e fora do tribunal, em um cenário que misturou clamor popular e tensão política.

CONTEÚDO RELACIONADO

Hasina, que vive exilada na Índia desde sua deposição, classificou o processo como "tendencioso e politicamente motivado". Julgada à revelia, a ex-premiê afirma ser vítima de perseguição e nega ter ordenado qualquer ação letal contra civis.

Quer mais notícias internacionais? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.

AS RAÍZES DO JULGAMENTO

O caso que agora a condena remete à crise que se intensificou meses após sua controversa vitória eleitoral - um quarto mandato consecutivo conquistado em votação boicotada pela oposição e amplamente criticada como fraudulenta. Os protestos iniciados por estudantes contra o sistema de cotas no funcionalismo público evoluíram rapidamente para um movimento nacional, exigindo sua renúncia.

À medida que as manifestações cresciam, Hasina endureceu o discurso, chamou os manifestantes de terroristas e autorizou prisões em massa. Um áudio vazado - cuja autenticidade ela nega - sugeria que a então premiê teria orientado o uso de armas letais contra civis desarmados. A repressão atingiu seu ápice em 5 de agosto de 2024, quando 52 pessoas morreram em ações policiais após a fuga da líder do país.

Promotores afirmam que Hasina comandou um esquema sistemático de violência: uso de munição real contra protestos, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados ligados ao Awami League, seu partido. Ela nega todas as acusações.

JULGAMENTO SOB VIGILÂNCIA

A corte que a condenou operou sob forte aparato de segurança, diante de enorme interesse público. Apenas um dos réus, o ex-chefe de polícia Abdullah al-Mamun, compareceu presencialmente; outros, incluindo o ex-ministro do Interior, foram julgados à distância. Quando a sentença de morte foi anunciada, a reação popular causou tumulto e levou os juízes a pedirem silêncio.

Críticos de Hasina celebraram do lado de fora, enquanto aliados classificaram o processo como “farsa” e “tribunal canguru”. A condenação integra uma série de ações movidas pelo governo interino contra antigos membros do Awami.

A QUEDA DA LÍDER MAIS LONGEVA DO PAÍS

Filha de Sheikh Mujibur Rahman, herói da independência de Bangladesh, Hasina ascendeu como símbolo pró-democracia nos anos 1980 e virou protagonista duradoura da vida nacional. Governou em três períodos e tornou-se a premiê mais longeva da história do país, sobrevivendo a atentados, prisões e rivalidades ferozes.

Mas sua trajetória também foi marcada por denúncias de sufocamento da oposição, controle de instituições e permissividade com abusos de forças de segurança. Elementos que agora ressoam no julgamento que encerra, de forma dramática, uma das carreiras políticas mais influentes do sul asiático.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Mundo Notícias

    Leia mais notícias de Mundo Notícias. Clique aqui!

    Últimas Notícias