As relações derivadas das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores em seus ambientes de trabalho demandam atenção especial no que se refere à promoção e manutenção da saúde. Para que seja possível não apenas prevenir a ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, mas sobretudo atuar na promoção da saúde, bem-estar e qualidade de vida, a medicina dispõe de uma especialidade voltada especificamente para estes objetivos, a saúde do trabalhador ou saúde ocupacional.
Quando se pensa na promoção e na preservação da saúde do trabalhador, a presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), Dra. Rosylane Rocha, destaca que a primeira coisa a se considerar é um ambiente de trabalho saudável, em harmonia com uma organização do trabalho que respeite os limites do ser humano. “A gente tem que pensar na necessidade de incluir pausas, na necessidade de instituir metas que sejam alcançáveis, que sejam factíveis e não metas inalcançáveis”, considera.
No contexto da pandemia, a atenção a esses limites se faz ainda mais necessária. “É preciso respeitar a jornada de trabalho porque, principalmente com essa questão do teletrabalho e reuniões virtuais, no contexto da pandemia, tudo isso acabou extrapolando a jornada de oito horas de trabalho diárias”, considera Rosylane. “Muitas vezes o trabalhador chega em casa e ainda continua trabalhando, continua respondendo grupos de WhatsApp, e-mails, enfim, continua tendo reuniões até à noite, então, a jornada de trabalho precisa ser respeitada para que o organismo dele possa se recuperar, para que o trabalhador possa chegar em casa tendo a interação com a sua família, fazer outras atividades que geram prazer e que não estejam ligadas ao trabalho”.
Atenção às condições de trabalho previne problemas
Outro aspecto destacado pela presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a médica Rosylane Rocha, é a atenção às condições de trabalho. O ambiente e os equipamentos utilizados pelos trabalhadores precisam estar adequados para que não causem prejuízos à saúde.
“A outra situação é a estação de trabalho, precisa ser uma estação adequadamente ergonômica para que não haja lesão. Dependendo da atividade desenvolvida pelo trabalhador, ele precisa fazer pausa e alongamentos”, aponta. “Também é preciso fazer um treinamento do trabalhador esclarecendo sobre os riscos relacionados à sua atividade, tanto para uso das estações de trabalho, como para o uso do equipamento de proteção individual”.
HISTÓRICO
O Movimento da Saúde do(a) Trabalhador(a) organizou-se no Brasil, ao longo dos anos 80, no bojo do processo de redemocratização do País e da luta pela Reforma Sanitária, que culminou na instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal (CF) de 1988.
Ao estabelecer a saúde como direito de cidadania e dever do estado, a CF garantiu a atenção integral à saúde para todos(as) trabalhadores(as) independentemente do tipo de vínculo que possuem no mercado de trabalho.
Fonte: ‘Caderno de Atenção Básica nº 41: Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora’ – Ministério da Saúde.
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