Com a decisão da Prefeitura de Curuçá de cancelar novamente o carnaval por causa da pandemia, este é o segundo ano que os curuçaenses ficam sem os famosos blocos de carnaval. Assim, um dos mais tradicionais blocos de rua, o Pretinho do Mangue, em parceria com a “Rede Mangue de Turuvisão”, está produzindo um documentário que vai abordar assuntos como conscientização ambiental e a história da banda de fanfarra.
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Adalto Favacho, criador da Rede Mangue, explicou que a iniciativa começou como uma homenagem aos profissionais da imprensa. “Eu e meu irmãos nos transformamos em cinegrafista e repórter, então satirizamos as coberturas jornalísticas no carnaval da cidade”, disse. “Como este ano estamos sem nossos festejos, vamos criar um documentário para mostrar os trabalhos das pessoas no carnaval de Curuçá, evidenciando as fantasias, os caranguejos, visitando os barracões e conversando com as pessoas”, explicou Adalto.
A equipe será formada por cinco pessoas, que vão realizar o mesmo percurso dos blocos. Durante as gravações, o grupo pretende chamar atenção para a questão da pandemia, que envolve os cuidados de prevenção e a importância da vacinação. Para o presidente do bloco Pretinho do Mangue, Edmilson Campos, mais conhecido como “Cafá”, as pessoas precisam entender a importância do carnaval para a cidade. “Esse momento faz falta e por isso queremos criar essa reflexão, principalmente sobre a vacina. Pois só assim, essa onda da pandemia pode passar e rápido teremos o carnaval de volta”, declarou.
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As gravações começam neste domingo, 20, mesmo dia que tradicionalmente saem os blocos pela região. O grupo informou que ainda nesta quinta-feira, 17, será definido o tema e a data de publicação do material, que deve ser divulgada em breve. É do mangue que sai o caranguejo, sustento de muitas famílias, e a lama é a principal matéria-prima da fantasia usada no tradicional bloco carnavalesco “Pretinhos do Mangue”. Todos os anos, aproximadamente 20 mil pessoas, entre brincantes e espectadores, acompanham o cortejo.
A história contada por Edmilson Campos mostra que a tradição começou em 1989, quando dois amigos resolveram ir ao mangue catar caranguejo, mas voltaram de mãos vazias e, em forma de protesto, passaram lama pelo corpo e saíram desfilando pela cidade.
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Desta forma foi criado o bloco “Pretinho do Mangue”, um dos mais conhecido em todo o Brasil. Em 2010, em função de sua importância no calendário local, o bloco foi declarado Patrimônio Cultural do Município de Curuçá (em 12 de fevereiro de 2010) e do Estado do Pará (em 16 de março do mesmo ano).
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