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TRANSPORTE

BRT funciona com vários problemas em Belém

O projeto que interliga as avenidas Almirante Barroso e Augusto Montenegro deixa a desejar, já que algumas estações não funcionam, estão pichadas, com estrutura precária e sem as linhas troncais

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Imagem ilustrativa da notícia BRT funciona com vários problemas em Belém camera Estação na Almirante Barroso | Celso Rodrigues

A obra do BRT (Bus Rapid Transit), iniciada em janeiro de 2012, compõe um cenário de abandono e falta de fiscalização ao longo das avenidas Almirante Barroso e Augusto Montenegro, em Belém, embora tenha sido orçada, inicialmente, em R$ 400 milhões. O projeto que interliga as avenidas, no entanto, atende apenas parte da população belenense, já que algumas estações não funcionam, estão pichadas, com estrutura precária e sem as linhas troncais.

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Na avenida Almirante Barroso com a Governador José Malcher, a estação São Brás, por exemplo, está tomada por pichações e sem funcionamento. Já a estação Bosque, no sentido centro-bairro, além das pichações, registra ausência da proteção de portas de vidro, facilitando a entrada de qualquer pessoa. Mais adiante, a Tavares Bastos, apresenta tapumes de alumínio no local onde deveriam ser as portas de vidro e uma parte do telhado solto.

Na Augusto Montenegro é comum observar cenas de imprudência
📷 Na Augusto Montenegro é comum observar cenas de imprudência |Celso Rodrigues

A costureira Isabel Braga, de 60 anos, conta que a situação do BRT está precária, mas tem esperança de que melhore. “Até porque é o nosso dinheiro que está aí, mas infelizmente não aparece nada de bom para a população e a sensação que temos é de que o dinheiro não foi bem aplicado. Apesar de não fazer muito uso do BRT, vejo que a situação está complicada, mas espero que isso melhore”.

Na avenida Augusto Montenegro, a situação parece ser pior ainda. Próximo a uma faculdade, no km 4, é comum observar a imprudência de pedestres, ciclistas e motoristas de carros particulares ou de motocicletas atravessando a pista do BRT em ambos os lados, provocando ou ficando suscetíveis ao risco de acidentes. Na estação Morada do Sol, uma motocicleta foi estacionada em frente a porta de entrada dos pedestres, já que a estação encontrava-se fechada.

Isabel Braga
📷 Isabel Braga |Celso Rodrigues

FAIXA

Mais à frente, um motoqueiro tentava atravessar a pista usando a faixa de pedestres. Além das imprudências, registros de lixo, mato e bloquetes arrancados para facilitar a passagem de motoristas e pedestres que se arriscam nestes locais também compunham o cenário degradante em frente a um supermercado, no km 8.

Além disso, a partir do trecho nas proximidades do Grêmio Literário Português, a obra que também previa a requalificação urbana não foi concluída, por isso não existe calçada nem ciclovia para a população.

Para o morador do bairro do Bengui, Luis Carlos Ferreira, de 43 anos, ainda há muito o que melhorar em relação à organização, estrutura e fiscalização. “Todo mundo atravessa misturado. São pedestres, motoristas e ciclistas, e isso é muito perigoso. Quanto às estações, muitas estão sem funcionar. Fizeram isso para melhorar, mas não vimos nada. Tem muita obra com falta de conclusão e tudo isso se torna um caos”, declarou ele, acrescentando ainda a demora nos ônibus. “Acabamos nos sentindo esquecidos”, concluiu.

Luis Carlos Ferreira
📷 Luis Carlos Ferreira |Celso Rodrigues

RESPOSTAS

l Em nota, a Seurb disse que: “Sobre a criação do BRT Centenário, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informa que será executado em três etapas. A primeira etapa A corresponde ao trecho do Aeroporto internacional de Belém à avenida Almirante Barroso; a segunda etapa, chamada de 1ª etapa B, corresponde da avenida Augusto Montenegro vindo pela Centenário, até a Júlio César; a terceira etapa que é chamada de 2ª etapa B, corresponde ao trecho que vai da avenida Pedro Álvares Cabral, ligando a Júlio César até avenida Visconde de Souza Franco. O projeto está em fase final de estudos e irá entrar em processo de licitação nos próximos meses. A previsão de início das obras é entre maio e junho de 2022”.

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) afirma, em nota, que estuda o desenvolvimento de algumas intervenções na área. A intenção é criar uma rota que permita uma circulação de ciclistas e pedestres de maneira mais ordenada e com mais segurança entre a Augusto Montenegro e Almirante Barroso. A Semob também afirma que mantém fiscalização regular na Augusto Montenegro para coibir imprudências e infrações e está intensificando as campanhas educativas.

A Semob destacou que executou projeto piloto de grafite, no Terminal São Brás, e informa que existe um processo para compra e substituição dos vidros danificados.

Em relação ao projeto BRT, a Seurb informa que uma nova etapa de urbanização, com construção de ciclovia, calçadas com acessibilidade e modernização da iluminação pública está prevista na Augusto Montenegro e Almirante Barroso. O projeto está em fase final de estudos e irá entrar em processo de licitação nos próximos meses.

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