O desaparecimento de Amanda Ribeiro Sobrinho foi descoberto em 7 de junho, quando sua irmã voltou da escola e não a encontrou em casa. Dias depois, no último sábado (11), seu corpo sem vida foi achado com vestígios de tortura em baixo de um trapiche, envolto em fios elétricos, na orla da cidade de Anajás, localizada na região do Marajó. Ela tinha 10 anos.
A Polícia Civil do Pará confirmou a identidade da menina após examinar o cadáver e, na manhã desta segunda-feira (13), duas pessoas foram presas suspeitas de participação no crime, e uma terceira acabou sendo morta em confronto com equipes da força-tarefa que investiga o caso.
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Em entrevista à reporter Sancha Luna, da RBATV, enquanto aguardava o desembarque em Belém na tarde desta segunda-feira (13) dos dois suspeitos de envolvimento no caso, Kondom da Silva Miranda, que foi preso, e a irmã dele, de 16 anos, que foi apreendida, o delegado-geral Walter Resende esclareceu como a Polícia Civil chegou aos nomes das pessoas envolvidas no crime.
"Essa é uma investigação conjunta dos órgãos de segurança pública do Estado. Por determinação do nosso secretário de segurança, uma equipe da DATA (Divisão de Atendimento ao Adolescente) esteve naquele local assim que foi constatado o desaparecimento da menina Amanda. Quando ela foi encontrada já sem vida, nós colocamos imediantamente a nossa Divisão de Homicídios no caso. Chegando no local, fomos buscar informalções, imagens em locais onde era possível que ela tivesse passado. Conseguimos uma imagem dela conversando com uma outra menor. A partir daí localizamos essa menor e foi a partir desse momento que passamos a ter uma luz sobre que havia ocorrido", detalhou o delegado-geral.
Walter Resende confirmou ainda que o mandante do sequestro e posterior assassinato de Amanda seria o traficante Josué dos Santos Gomes, de apelido "Durão", que foi morto em confronto com a polícia. Além dele e das outras duas pessoas que já estão presas haveria ainda outros dois suspeitos de envolvimento que estão sendo procurados pelas autoridades.
"Após a confissão da adolescente que foi apreendida, nós chegamos até o irmão dela e ao mandante do crime, configurando os três suspeitos que já estão plenamente indentificados. Acreditamos haver possivelmente outras três pessoas envolvidas e em breve chegaremos até elas", revelou Resende. "O Durão, vulgo do Josué, é o responsável por toda a ação. Além de estar envolvido no tráfico de drogas e de ser autor de várias ameaças a pessoas próxima a ele e envolvidas nesse mundo criminoso, foi ele que esteve por trás de todo planejamento e execução do crime".
Cativeiro, tortura e morte
De acordo com o delegado-geral, a investigação já conseguiu estabelecer precisamente a dinâmica do crime assim como a participação da adolescente de 16 anos, que teria sido usada para atrair a vítima para o local onde foi mantida em cárcere, e dos demais envolvidos no homicídio da vítima.
"Trata-se de um crime realmente bárbaro, revoltante pela forma como aconteceu e pelo desfecho que resultou na morte de uma criança inocente", comentou Resende, fazendo referência à informação preliminar de que o assassinato de Amanda teria sido motivado por uma dívida que seu pai teria com o tráfico de drogas.
Segundo as informações obtidas pela investigação, Amanda foi morta por estrangulamento, após ter ficado dois dias em um cativeiro. Durante esse período, segundo Resende, ela foi vítima de violência psicológica e física. Um exame de necropsia foi realizado, mas ainda não foi possível determinar se a menina também sofreu estupro.
“A menina, antes de ser morta, ficou presa em cárcere privado e sofreu abusos psicológicos e físicos. Somente posteriormente veio a ordem para que ela fosse morta. Agora, estamos aguardando o laudo de que ela pode ter sofrido abuso sexual", afirmou o delegado-geral. "As investigações continuam e esperamos chegar o mais rápido possível aos outros dois envolvidos", concluiu.
VEJA A ENTREVISTA DO DELEGADO-GERAL:
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