Está aberta a temporada de reprodução das tartarugas marinhas no litoral paraense. Até setembro, as fêmeas estarão depositando os seus ovos em ninhos feitos nas praias da região do salgado, que são banhadas pelo Oceano Atlântico. Entre as áreas que concentram os berçários mais conhecidos estão as praias na Ilha da Romana, Ilha de Maiandeua (Vila de Algodoal), Marieta (Maracanã), Ponta da Sofia (Salinópolis), Ajuruteua (Bragança) e nas praias e ilhas de São João de Pirabas.
Neste sábado (18), 54 filhotes de tartarugas marinhas da espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva) foram soltos na Ponta da Sofia, no município de Salinópolis. O ninho em que os ovos foram depositados foi localizado por um pescador local que acionou a equipe do projeto Projeto Suruanã, da Universidade Federal do Pará, que trabalha com o monitoramento de tartarugas marinhas e quelônios na Amazônia, e ainda comunicou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O Instituto do Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio) participou da ação de soltura.
Tartarugas são soltas após identificação em praia de Algodoal
O ninho foi monitorado por 54 dias até que os filhotes nasceram esta semana. Todas pequenas tartarugas passaram por um processo de biometria (identificação) no qual foram medidas, pesadas e submetidas a uma avaliação para saber se já poderiam ir para o mar. As informações extraídas vão para um banco de dados que pode ser acessado por pesquisadores da UFPA e do projeto Tamar.
Como a soltura só pode ser feita no final da tarde ou no início da manhã, por causa da temperatura, os filhotes foram soltos por volta das 6h30. A ida deles para o mar é motivo de alegria para biólogos e ambientalistas, que ressaltam a importância das tartarugas marinhas para o ecossistema.
Alguns voluntários que participaram da ação compartilharam vídeos da soltura. Assista:
"A parceria com pescadores locais é fundamental para o sucesso do trabalho com tartarugas marinhas no litoral paraense. O projeto conta com voluntários que passam por um treinamento e ajudam na preservação destes animais", comentou a bióloga Josie Barbosa, coordenadora do projeto Suruanã.
O período de reprodução começa em abril. Segundo a pesquisadora, em 12 anos de existência do projeto mais de 200 tartarugas marinhas adultas já foram catalogadas no litoral paraense. Todas as cinco espécies que vivem no litoral brasileiro já foram observadas também na costa paraense.
O Ideflor-bio compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando sobre como foi o trabalho de soltura dos filhotes. Confira:
Reprodução de tartarugas marinhas é monitorada no Pará
A preocupação da equipe também é com a alta temporada de verão, quando aumenta o número de visitantes nas praias. Os resíduos (lixo) deixados pelos banhistas provoca danos severos ao meio ambiente e pode até matar as tartarugas. Pesa ainda a preocupação com o trânsito de veículos nas praias de Salinópolis.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar