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Muita água vem aí! Pará vai ter sete dias de chuva forte

Até quarta-feira da semana que vem, Belém deve receber 53% do volume de água previsto para todo o mês de novembro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia no Pará. A população já começou a sentir ontem

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Imagem ilustrativa da notícia Muita água vem aí! Pará vai ter sete dias de chuva forte camera A chuva de ontem durou pouco tempo, mas causou transtornos | Wagner Santana

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia no Pará (Inmet/PA), a previsão é que os próximos sete dias sejam de chuva forte a intensa, com a presença de descarga elétrica e trovoadas. Nesse período, o Inmet/PA considera que o volume de água pode chegar a 80 milímetros, ou seja, 53% do previsto para o mês todo de novembro, algo em torno de 150 milímetros.

“Nossos instrumentos apontam que até a próxima quarta-feira, o céu ficará nublado e a iminência de chuva é grande em qualquer horário. Reforço que hoje [sexta-feira] e amanhã [sábado] são os dias com maiores riscos de chuva potencialmente forte. Devido a grande umidade na atmosfera, podemos ter ainda rajadas de ventos”, pontuou José Raimundo,diretor do Inmet/PA.

Entre as principais regiões listadas por José Raimundo estão: Belém, Marituba, Santa Izabel, Castanhal, Abaetetuba, Cametá, Abaeté, Igarapé Miri, além de outras regiões como Itaituba e Capitão Poço. “Todos os locais fazem parte do norte e nordeste do Pará. As outras regiões podem ter a presença de chuva, mas com um volume bem menor”, completou.

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Durante a manhã e a tarde de ontem, várias ruas apresentaram alagamentos após chuva intensa que caiu em Belém e Região Metropolitana. Mesmo com poucos minutos de duração, o toró, acompanhado de ventos fortes, obrigou a população de diversos bairros a arriscar a saúde e colocar o pé na água suja que se formou em trechos já conhecidos.

Um dos pontos mais críticos fica localizado na rua Engenheiro Fernando Guilhon com a avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro da Cremação. O canal que fica neste ponto transbordou e o odor durante as cheias tomou conta do local. Nas redes sociais, as condições foram motivos de reclamações por quem mora e convive há anos com o mesmo problema.

“Esta é a realidade dos moradores, que precisam passar por isso com essa há tanto tempo. Sempre que a chuva cai precisamos suspender todas as nossas coisas para que não tenhamos mais prejuízo. Outro detalhe é que muitas crianças vivem próximo a este canal que sempre enche, colocando todos em uma situação de vulnerabilidade”, reclamou uma internauta.

Já pela parte da tarde, a equipe do DIÁRIO flagrou outro ponto delicado, desta vez, em uma das principais vias de acesso a cidade, a avenida Almirante Barroso com a rua Henrique Engelhad. Por lá, várias pessoas ficaram com a água pelo joelho, incluindo os idosos, que precisam se equilibrar e usar a parede de apoio para não cair no alagado.

Durante a manhã e a tarde de ontem, várias ruas apresentaram alagamentos
📷 Durante a manhã e a tarde de ontem, várias ruas apresentaram alagamentos |Wagner Santana

Na avenida João Paulo, perímetro do Curió Utinga, a situação é menos grave, mas causou transtornos principalmente para motociclistas e motoristas. Alguns condutores de carros particulares enfrentaram o aguaceiro, outros sem a mesma coragem preferiram manobrar o veículo e buscar vias alternativas para evitar problemas nos automóveis. Além dos citados, Belém apresentou outros pontos com a mesma dificuldade.

Temperatura chegou a 35 graus no final de outubro

Mesmo com pouco sol a partir de hoje, a capital paraense viveu um dos períodos mais quentes do ano entre o final de outubro e início de novembro. Os termômetros registraram temperaturas acima dos 34 graus, sendo que em alguns casos chegou a marca dos 35 graus. A principal explicação do Inmet/PA é a ausência de chuvas e céu com poucas nuvens, favorecendo a entrada dos raios solares com mais facilidade.

Para ter uma ideia, em outubro as chuvas se concentraram mais nos primeiros 15 dias. “Nesse período a sensação térmica chegou a 36.2 graus, mas a tendência é que as coisas melhorem, pois observamos uma linha de instabilidade que está se formando no norte, o que pode provocar uma queda nas temperaturas e melhorar o calor”, disse Raimundo.

Quem não ficou nada contente com a notícia foi o autônomo André Monteiro, 39, que vende água em um dos pontos mais movimentados do Entroncamento. “Apesar de não ser o meu ponto principal, a água ajuda a compor a renda. É uma questão de lógica, quando temos chuva e frio, ninguém compra água. Mas quando o sol está rachando é um dos momentos mais felizes do meu bolso”, relatou o ambulante.

Michele do Socorro, 52, explicou que não trabalha todos os dias, cerca de duas a três vezes por semana, mas no período em que está na ativa consegue vender uma boa quantidade do produto. “Vendo um copo de 300 ml no valor de R$ 1. Nos dias que eu venho consigo vender em torno de um a dois pacotes, mas quando o dia tá ensolarado”, contou a autônoma.

DESCONTOS

Porém, para que a água chegue até esses vendedores é preciso pechinchar nos depósitos. A micro empresária Clara Rodrigues, 48, ressaltou que depois do Círio de Nazaré, esse está sendo um dos melhores momentos quando o assunto é: venda. Segundo Rodrigues, outros produtos acabam embarcando nos períodos de mais calor, como é o caso dos sucos e refrigerantes.

“Não tenho o que reclamar desse sol que Deus nos deu. A quadra nazarena sempre dá aquele plus para o caixa da empresa, mas, mesmo após a festa religiosa, estamos com as vendas acima do esperado, cerca de 20% acima do que foi registrado nos dois últimos anos, período em que passamos por uma forte pandemia. Espero que continue assim, pelo menos até o final do ano”, detalhou Clara Rodrigues.

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