O ano ainda nem havia iniciado quando começaram a circular as primeiras informações sobre como 2023 seria bem servido de feriados. Com 9 feriados nacionais previstos, sendo três prolongados e outros três caindo em quintas-feiras, a expectativa é de maior recuperação do setor de turismo.
De acordo com projeção divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a maior quantidade de feriados em 2023 do que em anos anteriores deve fazer com que as atividades turísticas recebam injeção de R$ 74,3 bilhões.
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Mesmo sem considerar as comemorações regionais e datas fixas do Carnaval, Sexta-Feira Santa e Corpus Christi, o setor de turismo deve ser impactado positivamente pelas movimentações extras geradas por feriados que serão celebrados em quintas-feiras, como é o caso do Dia da Independência, do feriado de Nossa Senhora Aparecida e do feriado de Finados; pelo feriado de Tiradentes, que cairá em uma sexta-feira e pelos feriados do Dia do Trabalhador, Natal e Ano Novo, que serão celebrados em segundas-feiras.
Ainda de acordo com a entidade, cada um desses períodos de folga prolongada pode ser responsável por injetar até 2,1% no volume anual de receitas do setor. No total, o ramo de turismo deve apresentar um aumento real de 2,9% nas receitas em 2023, sofrendo influência do atendimento à demanda reprimida dos últimos anos marcados pelas restrições da pandemia.
Tal cenário deve contribuir, inclusive, para manter a perspectiva de aumento no faturamento do setor, mesmo em um momento que ainda é de reconstrução e, portanto, delicado.
Considerando o cenário apresentado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em janeiro deste ano, o economista da CNC, Fabio Bentes, aponta que mesmo com o recuo apresentado pelo setor em novembro de 2022, as perspectivas para 2023 ainda são positivas.
“O setor de turismo também teve um resultado bem fraco no mês de novembro, com a segunda queda seguida, uma variação negativa de 0,1%, o que, embora, obviamente, seja um dado negativo, não descarta, não inviabiliza a recuperação que o setor teve em 2022”, aponta.
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CRESCIMENTO
“A receita do setor cresceu 22% no ano passado e a expectativa para 2023 é de um novo crescimento, obviamente mais modesto, na ordem de 2,9%”.
No âmbito estadual, os feriados também podem contribuir com o desempenho do setor, sobretudo no que se refere aos meios de hospedagem e alimentação fora do lar. De acordo com o assessor Jurídico do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS-PA), Fernando Soares, feriados costumam contribuir com esses segmentos de forma mais significativa nos municípios do interior do Estado.
“Os feriados aquecem muito as hospedagens no interior do Estado, principalmente Salinas, Mosqueiro, Marudá, que são os locais que mais recebem gente. Claro que o feriado prolongado é sempre bom, aquece o setor, tem boas vendas e a gente precisa ter uma recuperação”, aponta, sem deixar de considerar que o momento ainda é de incertezas para o setor.
“Em Belém, no primeiro semestre, não tem nenhuma data que seja significativa. Se tiver algum congresso, você tem alguma coisa, mas é episódica, por três a quatro dias. Não é a regra. Janeiro, fevereiro e março são meses difíceis para os meios de hospedagem e para o próprio setor de alimentação”.
Já no segundo semestre, a capital paraense conta com o grande incremento gerado pelo Círio de Nazaré, tanto nos meios de hospedagem como, principalmente, na alimentação fora do lar. “O Círio de 2022 foi acima da expectativa. Nós tínhamos uma expectativa, inclusive o próprio Dieese calculava em torno de 1 a 1,2 milhão de pessoas na rua e teve até mais. Então, no âmbito de Belém, o Círio é o ‘carro-chefe’, é o que segura o setor no segundo semestre em Belém”, aponta o assessor jurídico do sindicato.
“Até os motéis são utilizados durante o Círio porque muita gente vem do interior, paga o motel para dormir, ir na procissão no dia seguinte e depois da procissão já vai embora para a cidade de origem. Na parte de alimentação, muita gente que vem do interior para a casa de parentes fica na cidade e sai para jantar, para barzinhos, então, a parte de alimentação fora do lar tem uma movimentação muito grande também. O Círio é realmente o ‘carro-chefe’”.
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