Presentear as mulheres com flores no Dia Internacional da Mulher (08 de março) é um ato tradicional, além de um gesto atencioso e bonito. Mas a sociedade também pode perpetuar atitudes em prol dos direitos de todas as mulheres nesta data. Veja o que algumas delas têm a dizer.
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Nayana Batista, jornalista e mulher cis, que define as mulheres como “corajosas e perseverantes”, deseja que daqui para frente todas as formas de liberdade feminina estejam mais presentes no dia a dia. “Espero que sejamos mais livres. Fisicamente, emocionalmente, financeiramente. Estamos caminhando e avançando, mas temos muito a conquistar ainda”, enfatiza a jornalista.
Para Agnes Lucius, mulher trans e graduanda em Filosofia em uma universidade pública do Estado, o desejo é emancipador. “Desejo que, cada dia mais, tenhamos nossos direitos e dignidade respeitados. Que nossos trabalhos sejam reconhecidos, e recompensados por nossa capacidade e não por nossos gêneros. Que nós mulheres consigamos nos unir em resistência contra o machismo estrutural presente na sociedade”, diz a estudante.
Agnes desenvolve uma pesquisa acadêmica no Projeto Casulo da Policlínica Metropolitana de Belém, que atende o público transgênero e transexual. A pesquisa envolve a entrevista das pessoas atendidas para compreensão da formação do sujeito transgênero e os entraves sociais gerados pela heterocisnormatividade.
Ana Maria Vizeu, estudante de publicidade e mulher cis, acredita na alteridade, sobrevivência e resistência. Ela espera que “ através da união de forças, as reivindicações sejam reconhecidas, pois sem as mulheres os direitos não são humanos”.
A artista independente e mulher trans Alice de Oliveira espera um futuro de respeito para os corpos e dignidade das mulheres. “Desejo que possamos ter nossos direitos respeitados, que a sociedade possa evoluir sem violentar tanto nossos corpos”, relata Alice.
A artista também destaca que ser mulher vai muito além dos estereótipos: “é sobre pluralidade, tendo posse e controle da própria vida, e como podemos viver, fluir e evoluir dentro de nossas vivências enquanto mulher”.
A limitação também não se encontra no vocabulário de Uỳara Amanaỳara, mulher travesti e artista de multilinguagens. “Desejo mais inclusão e igualdade” fortalece a artista, que luta diariamente para defender sua existência, resistência e reconhecimento.
A mulher travesti e 1ª coordenadora adjunta da área de mulheres trans e travesti, no comitê gestor do Plano Estadual de Enfrentamento à Lgbtifobia do Pará, Lana Larrá, fecha com chave de ouro o grito cotidiano e coletivo das mulheres.
“Desejo que nós, mulheres, possamos ocupar mais espaços de poder e decisão no país. Desejo que possamos ter direitos, de fato, no combate ao machismo e à transfobia que ainda nos assola. Desejo que nós, mulheres, possamos ter dignidade, educação, saúde e emprego”, enfatiza a ativista.
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