Ministério Público vai acompanhar atuação da PM nos estádios

As cenas de agressão promovidas por agentes da Cavalaria da Polícia Militar contra torcedores do Clube do Remo nos arredores do Estádio Mangueirão, em Belém, revoltaram os paraenses, em especial os amantes de futebol.

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Dois dias depois do ocorrido, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) publicou uma portaria nesta quinta-feira (20), onde instaura um procedimento administrativo que deve resultar na elaboração de recomendações à atuação de policiais militares em eventos esportivos.

No documento, a 2ª Promotoria de Justiça Militar do MPPA confirma que o objetivo do procedimento administrativo é colher informações para expedir uma série de recomendações que deverão ser feitas ao Comando da Polícia Militar do Pará. O intuito é prevenir a violência policial em ambientes relacionados à prática esportiva.

RELEMBRE O CASO

Na última terça-feira (18), por ocasião do jogo entre Clube do Remo e Caeté, válido pelas quartas de final do Campeonato Paraense 2023, três torcedores do Remo foram abordados, seguidos e agredidos por agentes do Regimento de Polícia Montada da PM, conhecida como Cavalaria.

As vítimas, um pai e seus dois filhos, um deles menor de idade, estavam na área do estacionamento do Mangueirão, em uma área pouco movimentada, quando foram agredidos e sofreram ferimentos pelo corpo. Um dos adolescentes teve um corte no braço.

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O acontecimento repercutiu nas redes sociais. Diversos torcedores se manifestaram contra as ações policiais. O próprio governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), informou que a Polícia Militar do Pará instaurou um inquérito "para apurar a conduta dos agentes que já foram identificados e afastados, preventivamente, do serviço operacional até a conclusão das investigações".

De acordo com o governador, a PMPA reiterou que não compactua com nenhum desvio de conduta por parte de seus integrantes e que irá apurar o caso com rigor.

O promotor da Justiça Militar, Armando Brasil, responsável por investigar o fato, ressaltou que um procedimento criminal foi instaurado na Promotoria Militar, onde as vítimas seriam convocadas para prestarem esclarecimentos nesta quinta-feira (20).