O paraense Geovany Dias está entre os concorrentes ao Emmy Awards, maior prêmio internacional para programas e profissionais da televisão. Radicado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, ele está indicado ao 66º Annual New York Emmy Awards, na categoria de “Melhor Noticiário de Fim de Semana - Bilíngue”, como produtor do jornal PIX11 Weekend Morning News, idealizado por ele em 2022. O resultado será divulgado no dia 28 de outubro.
Natural do distrito de Mosqueiro, em Belém, o jornalista de 29 anos é formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É repórter e editor-chefe do jornal PIX11 Weekend Morning News. Atualmente mora em Manhattan, cidade de Nova York. Ele conta que o noticiário foi lançado em janeiro do ano passado, com duas horas de duração e traz as principais notícias da cidade de Nova Iorque, grande parte do Estado de Nova Jersey e Connecticut. “Nós ainda temos quadros de cultura e entretenimento, com várias entrevistas ao vivo e quadros especiais. O objetivo do programa é trazer um sumário das principais notícias da semana, e antecipar o que vai ser notícia na semana seguinte”, descreve.
Ele dedica a indicação ao seu lugar de origem. “Minha nomeação a essa prestigiosa premiação é completamente dedicada ao meu Estado do Pará, e principalmente à minha ilha de Mosqueiro. Eu não teria chegado a lugar algum sem o suporte dessa comunidade que me ensinou tanto desde pequeno. E acredite, não tem um dia que eu não fale do Pará no trabalho. Já ensinei muita gente a falar ‘égua’ por aqui”, diz Geovany.
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“Sem dúvida nenhuma, gratidão é a palavra que resume este momento”, inicia. O jornalista, porém, afirma que não chegou a lugar nenhum sozinho. “Comigo sempre esteve cada uma dessas pessoas incríveis que sempre torceram por mim e acreditaram em mim: minha comunidade mosqueirense, meus mestres e mentores da UFPA, meus pais, que trabalharam em dobro para custear minha educação até o ensino médio, e minha irmã, falecida em 2020, que me ensinou desde cedo sobre sonhar, acreditar e correr atrás”, destaca.
Geovany Dias enumera os desafios enfrentados e conta que chegou a ter três empregos quando morou em Belém para conseguir juntar dinheiro para estudar nos Estados Unidos, enquanto ainda fazia faculdade. “Quando cheguei aqui, vendi pastel em lanchonete brasileira no shopping para conseguir pagar o curso, até que no segundo ano recebi uma bolsa dada pela instituição, Valencia College, por conta das minhas notas”, recorda.
“A gente recebe muitos ‘nãos’ ao longo do caminho, e muita gente subestima a nossa capacidade, mas a gente precisa manter a cabeça erguida e acreditar. Eu tenho orgulho da minha origem, e espero que minha caminhada possa servir de combustível para que outros paraenses com sonhos parecidos acreditem, confiem e corram atrás”, aconselha.
OPORTUNIDADE
A PIX11 é uma das emissoras de TV mais antigas dos Estados Unidos, com 75 anos de existência. Segundo o jornalista, a emissora nunca teve um jornal matinal aos fins de semana, apesar de ser conhecida pelo famoso PIX11 Morning News, um dos jornais matinais mais longos dos Estados Unidos, com sete horas de duração. Assim surgiu um espaço bastante oportuno para o noticiário quando o Sistema Nexstar, dono da CW Network, da qual PIX11 faz parte, decidiu expandir o jornal matinal para sete dias por semana.
“Eu já era redator da emissora desde 2020 e fui responsável por coberturas memoráveis como o fim da guerra no Afeganistão, o início da vacinação contra Covid em 2020, e a invasão do Capitólio americano em janeiro de 2021. A empresa, então, me convidou para assumir o novo jornal. Eu tive um mês para estudar o mercado, avaliar a concorrência, definir quadros, escolher repórteres, apresentadores e um meteorologista. Fizemos pilotos por duas semanas e lançamos o jornal em fevereiro de 2022”, lembra.
Para o Emmy Awards, considerado o “Oscar da televisão”, anualmente a Academia Nacional de Artes Televisivas (Natas) abre chamadas em várias categorias. “Minha equipe decidiu enviar nosso jornal para consideração e eu, como editor-chefe e membro da Natas, fui o responsável pela seleção e submissão dos clipes que representariam nosso jornal diante dos outros candidatos. A Academia avalia todos os jornais submetidos e escolhe quais deles merecem a nomeação”, explica.
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Mesmo depois de enviar o material, o paraense preferiu não assistir à cerimônia de nomeação que informou oficialmente todos os indicados, porque não suportaria o nervosismo.
“É uma expectativa muito grande - é quase como ouvir os listões do vestibular [no Pará]. Eu não assisti à cerimônia porque eu estava muito nervoso. Então uma das editoras do jornal que estava assistindo me enviou uma mensagem assim que viu a nomeação. Eu não acreditei no momento, então fui atrás da transmissão e confirmei. Foi surreal.”
DESAFIOS
Para Geovani, a indicação é o referendo da qualidade do trabalho, mesmo com os muitos desafios que o acompanham. “Dirigir um programa em uma língua que não é a minha língua materna, liderar uma equipe inteira e aprovar cada script, imagem, sonora e entrevista que vai ao ar neste jornal sempre me pareceu uma responsabilidade absurda, mas eu tentei não pensar muito nisso quando comecei nessa função. Agora, pouco mais de um ano depois, receber essa nomeação, aliado aos nossos crescentes índices de audiência a cada mês, me faz acreditar que estou na direção certa e me dá energia para seguir adiante”, afirma.
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