Um caso emblemático que virou assunto em todo o Pará. A morte da influenciadora digital Luma Bony em novembro de 2022 se tornou alvo de intensas investigações que chegaram ao nome de Maurício César Mendes Rocha Filho, conhecido como “Hétero Top”, o qual seria responsável pelo trágico falecimento da jovem que, na época em que tirou a própria vida, tinha apenas 23 anos.
Preso preventivamente desde dezembro de 2022, o "Hétero Top" foi condenado em mais um processo judicial pelo crime de estupro. A decisão, publicada nesta terça-feira (6), foi expedida pelo juiz Eduardo Antônio Martins Teixeira, da 12ª Vara Criminal de Belém.
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Na sentença, o juiz estipula pena de seis anos e seis meses de prisão em regime inicial semiaberto. No entanto, vale lembrar que Maurício Filho já cumpre pena de quatro anos de prisão na Cadeia Pública de Jovens e Adultos (CPJA), em Americano, no município de Santa Izabel do Pará, pelo crime de vazamento de conteúdo íntimo praticado contra a influenciadora Luma Bony, sem o consentimento da jovem. Ele também foi condenado a pagar indenização de R$ 100 mil aos familiares da vítima.
A decisão, a qual a Redação Integrada do Grupo RBA teve acesso com exclusividade, descreve todo o crime que teria sido praticado por Maurício Filho a partir do relato da vítima e de médicos que fizeram o atendimento dela, além de testemunhas.
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A sentença expedida nesta terça-feira (6) é a primeira de um total de 5 acusações pelo crime de estupro em que o "Hétero Top" é apontado como responsável pela violência sexual. Ele também é alvo de outros processos judiciais com diversas acusações de crimes, incluindo ameaças, difamação e até mesmo a suspeita de tráfico de drogas.
O CRIME
A vítima, que não será identificada, contou que conheceu Maurício em 2021 no Ôvibe Hostel, no bairro de Nazaré. Dias se passaram e os dois seguiram trocando contatos virtualmente e se encontraram algumas vezes presencialmente.
Na noite do dia 27 de agosto de 2021, após um encontro, Maurício teria insistido para que a jovem fosse até a casa dele. Ela cedeu e o acompanhou até lá, mas deixou claro que não pretendia manter relações sexuais com o "Hétero Top". A vítima, então, revelou que ele a levou para o quarto, apagou as luzes, tirou as roupas e se colocou sobre ela, deixando ela nua e forçando o ato sexual sem consentimento enquanto ela tentava resistir.
Durante o estupro, a vítima relatou que sentiu fortes dores na região íntima e apresentou um intenso sangramento. Maurício, então, parou com a violência sexual e a jovem correu para o banheiro, onde permaneceu trancada por mais de uma hora tentando estancar o sangramento na região íntima.
A jovem, então, foi levada para casa e pediu ajuda para a irmã, que é médica, a qual a resgatou e levou para atendimento médico. Após a prescrição de medicação anti-hemorrágica — que não surtiu efeito —ela foi encaminhada para um hospital particular, onde foi detectado que sofreu esgarçamento e laceração da parede vaginal e perineal, sendo submetida a um procedimento cirúrgico de sutura dos tecidos lesionados.
A vítima chegou a dizer para a irmã o que tinha acontecido, mas se negou a informar aos médicos e aos pais sobre o estupro que sofreu. Ela também teria entrado em contato com Maurício Filho para reclamar da violência e o "Hétero Top" não teria demonstrado nenhum remorso ou culpa pelo ocorrido, apenas irritação pelas acusações feitas pela jovem.
Após a repercussão do caso da influenciadora Luma Bony e prisão do "Hétero Top" é que a vítima teve coragem para denunciar o estupro aos pais e às autoridades. Após a apuração e investigação do crime, o caso foi julgado e Maurício acabou sentenciado com a decisão publicada nesta terça-feira (6).
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