O uso de celulares, tablets, computadores e televisões na infância pode ter tanto aspectos prejudiciais quanto benefícios, e a chave está em encontrar um equilíbrio saudável. As "telas", termo genérico que identifica estes aparelhos, podem ser ferramentas educacionais valiosas quando usadas de forma adequada, proporcionando acesso a uma vasta gama de recursos educacionais e interativos que podem enriquecer o aprendizado. Em um mundo cada vez mais digital, é importante que as crianças desenvolvam habilidades tecnológicas desde cedo, e o uso de telas pode ajudar nesse processo.
Mas é importante ter em mente que o uso excessivo de telas na infância pode ter consequências negativas para o desenvolvimento das crianças, como problemas de saúde mental, física e social. Portanto, é essencial que os pais estabeleçam limites adequados para o tempo de tela, monitorem o conteúdo acessado e incentivem um equilíbrio saudável entre o tempo online e offline.
A Neuropsicóloga Juliana Pastana explica como o tempo excessivo em frente às telas pode ser prejudicial a saúde: “Dar telas para uma criança acima do tempo recomendado para cada faixa etária pode ser um problema, porque elas estão numa fase de constante desenvolvimento das habilidades sociais, cognitivas, e elas também estão numa fase de estabelecimento da rotina de sono, e também numa fase de maturação de regiões do cérebro responsáveis por controle de impulsos, julgamento, atenção, memória, tomada de decisões e isso e todas essas funções que eu citei podem sofrer interferência do uso abusivo das telas”.
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Outro problema no uso excessivo de telas para as crianças, é quando os pais não têm controle sobre o que os filhos estão consumindo, muitas vezes as crianças são expostas a jogos violentos que acabam impactando nas atitudes do dia a dia. Juliana alerta aos pais: “Quando a gente fala de telas, televisão, celular, computador, tablets, a gente está falando de muitas vezes jogos, vídeos, redes sociais, e cada um desses que eu citei pode gerar um problema específico, dependendo do tempo de uso, da forma de uso, da falta de supervisão dos pais com relação ao conteúdo”.
A neuropsicóloga complementou: “Eu vou dar um exemplo dos jogos eletrônicos aqueles jogos que trazem desafios recompensas que podem ou não ter conteúdo violento mas geralmente são os que possuem conteúdo violento eles podem levar a stress tóxico e atrapalha aquele indivíduo no enfrentamento de problemas, então isso leva um ciclo vicioso de ansiedade e depressão, pode levar a crescente irritabilidade agressividade alteração do comportamento, pode atrapalhar os relacionamentos familiares relacionamentos sociais com os colegas da mesma idade, pode levar a dificuldade de aprendizagem entre outras questões que acabam interferindo nesse processo de desenvolvimento”, esclarece.
Além de atrapalhar a rotina da crianças, nas interações sociais e no convívio com a família, o uso excessivo de telas pode ser prejudicial para a interação da criança e seu sono, como explica a neuropsicóloga: “O uso de telas à noite também pode atrapalhar o sono, porque a onda de luz azul que tem na maioria das telas que são utilizadas, elas acabam interferindo na correta produção da melatonina, ela faz um bloqueio, então isso acaba interferindo, por exemplo, no sono da criança é aquela criança também que pode ter mais pesadelo à noite, pode ter terror noturno, ela pode apresentar sonolência durante o dia, isso vai culminar em problemas de memória, de concentração, pode indiretamente reduzir o desempenho escolar então isso precisa, inclusive, ser diferenciado de sintomas que estão presentes no déficit de atenção e hiperatividade, por exemplo”.
É importante que os pais tenham em mente que o uso de telas precisa ser controlado e o uso excessivo pode causar sérios problemas, é importante que os cuidadores saibam usar a tecnologia a favor, para ajudar na educação e desenvolvimento da criança.
A neuropsicóloga destaca como o uso controlado pode ser benéfico para a criança e a família: "Então, se usado dentro do tempo correto, supervisionado, com aplicativos ou jogos, ou por exemplo filmes, conteúdos que possam agregar valores, que possam muitas vezes até reunir a família diante de um filme para assistir, ser um momento agradável, prazeroso, nesses cenários, a exposição a telas pode ser um momento de oportunidade para a estimulação, para a interação entre a família, para algum tipo de aprendizagem. A gente sabe também que hoje em dia existem até aplicativos que auxiliam crianças que têm transtorno do neurodesenvolvimento com dificuldade de comunicação, a se comunicar através desses aplicativos, então tudo utilizado dentro de um contexto correto pode ser um fator favorável e não o contrário".
Dosar o tempo de tela e saber usar isso a favor, é importante na criação dos filhos, muitos desenhos ajudam a criança no desenvolvimento e o tempo em que o bebê fica exposto a tela também é muito importante para que não atrase o processo de crescimento.
Thayná Coelho é formada em jornalismo, mãe de uma princesa, gosta de trocar dicas de maternidade, escrever sobre saúde, entretenimento e política. Ama futebol, sou torcedora do Clube do Remo e fã de Harry Potter.
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