Combu é o roteiro do Outro Lado do Rio

Basta um fim de semana de sol, como os do verão amazônico, que o vai e vem das pequenas embarcações motorizadas no trajeto entre o porto da Praça Princesa Isabel e a Ilha do Combu vira uma cena comum. O Combu caiu no gosto do paraense com seus vários restaurantes que oferecem cerveja gelada, peixe fresquinho preparado na hora e banho de rio, piscina ou ducha para aliviar a sensação térmica úmida e quente da floresta amazônica.

Passar um dia no Combu, com toda certeza, é garantir a recarga das energias e um momento de lazer com familiares e amigos em contato direto com a natureza. Para os visitantes de primeira viagem, além desse roteiro tradicional, foi criado um outro ainda mais ‘roots’ que convida a uma imersão ainda maior ao dia a dia ribeirinho. A turismóloga Ana Karolina, da Vivenciar Turismo, elaborou um passeio batizado do O Outro Lado do Rio.

“Tem esse contato com as comunidades ribeirinhas. Visitamos a família do Charles e da Iracema, no Igara Artesanal. Eles começaram com uma loja de artesanato em frente de casa e depois viram que poderiam trabalhar o turismo de base comunitária através de vivências, mostrando o cotidiano deles”, explica sobre um dos pontos do roteiro.

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“Além da loja com os produtos deles, outros artesões locais vendem seus produtos lá também. E ainda tem no mesmo local a vivência do açaí, que é feita na safra do fruto (como agora em julho). Você vai pra mata e lá o Charles conta o que tem no espaço, mostra as árvores, a paxiúba, a seringueira, mostra como é feito uma peconha, traz o cacho do açaí e o turista faz a debulha do fruto”, descreve.

“Na volta para a casa, já se tem um açaí separado, branqueado. E o que foi debulhado vai ser separado para ser branqueado em outro momento. O açaí é batido na hora e o turista toma esse açaí junto com eles”, conta Ana Karolina, sobre uma experiência inesquecível para qualquer fã de açaí ao redor do mundo. Uma oportunidade única de conhecer o “açaí de verdade”, como se orgulham os paraenses.

E não para por aí! O visitante ainda faz a vivência do cacau. “O Charles vai pra mata, mostra os cacaueiros nativos, tem uma trilha ecológica. Na volta a Iracema mostra a moagem do cacau, das amêndoas torradas, e faz uma oficina de barrinha de chocolate que o visitante pode degustar e levar como lembrança, além do chocolate, do brigadeiro”, descreve.

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Deu fome? Então controla o chocolate nativo que a próxima parada é o almoço no restaurante do Boá na Ilha. “É um restaurante de ribeirinhos que moram ali há muitos anos. Eles têm descendência quilombola. O almoço é bem regional. Se come açaí com peixe frito, filhote, caldeirada, além de ser um ponto de parada para tomar banho de rio”, convida.

Ilha do Combu

Como chegar

• A saída para a ilha do Combu é da praça Princesa Isabel, localizada na avenida Bernardo Sayão, logo no final da Avenida Alcindo Cacela.
• A praça possui estacionamento, e quem está dirigindo carro particular pode deixar estacionado no local, pagando a taxa cobrada por guardadores.
• Da praça Princesa Isabel, as embarcações partem, de 20 em 20 minutos ou mediante lotação autorizada do barco. Caso você queira ir adiante e entrar no que se chama de furo - um “bracinho” de rio que adentra a ilha -, combine com o piloto ou sua equipe.
• Algumas agências de turismo de Belém fazem o passeio completo para as ilhas de Belém, mas há como ir por conta própria, combinando com um barqueiro.
• Os horários de embarque e desembarque durante a semana são entre 10h e 18h e finais de semana e feriados, das 9h às 18h.
• As embarcações saem do ponto de embarque de 20 em 20 minutos.

CURIOSIDADES

• O Combu também é famoso por abrigar a Casa do Chocolate, da Dona Nena, onde também existe trilha e vivência do cacau, com lojinha para levar vários chocolates de lembrança.
• A ilha tem um entardecer lindo. Em um ponto do rio chamado Prainha, várias embarcações se concentram para apreciar o pôr do sol e tomar banho de rio no banco de areia.