
A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) atravessa uma das crises mais pontuais de sua história recente. Segundo denúncias feitas por estudantes, a última gestão universitária teria deixado marcas no histórico acadêmico de discentes.
Centenas de formandos estão sendo impedidos de receber seus diplomas oficiais devido problemas financeiros que teriam sido deixados pela gestão da ex-reitora Herdjania Veras. Outra denúncia feita pelos estudantes é sobre a infraestrutura da instituição, que estaria em colapso generalizado e afetando diretamente o ensino e a pesquisa.
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O problema central começou com a implementação obrigatória dos diplomas digitais. Por determinação do Ministério da Educação, através da Portaria MEC nº 70 de 24 de janeiro de 2025, que alterou a Portaria MEC nº 554 de 11 de março de 2019, todos os diplomas de cursos superiores devem ser emitidos exclusivamente em formato digital a partir de 1º de julho de 2025.
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Para atender essa exigência, a UFRA precisa atualizar seu sistema SIGAA. No entanto, a universidade enfrentaria um obstáculo: pendências financeiras dos anos de 2022 e 2023, que estariam impedindo que essa modernização do sistema seja feita.
Segundo comunicado oficial da Pró-reitoria de Ensino (Proen), a situação está sendo tratada em conjunto com a Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Propladi), Pró-reitoria de Administração e Finanças (Proaf) e com a Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) para "regularizar a situação o mais rápido possível".
Formandos prejudicados e as declarações provisórias
Enquanto a solução não vem, os alunos que concluem seus cursos estariam recebendo apenas declarações de conclusão temporárias. Embora válidas para comprovar a formação, esses documentos provisórios geram insegurança e podem limitar oportunidades no mercado de trabalho.
Falta de contratos básicos de manutenção
O problema dos diplomas seria apenas a ponta do iceberg. A nova gestão da Prefeitura Universitária, iniciada em 7 de agosto de 2025, revelou um cenário alarmante: a completa ausência de contratos essenciais de manutenção.
Segundo posicionamento oficial do Prefeito Universitário, a instituição estaria sem:
- Contratos de manutenção de refrigeração;
- Contratos de manutenção predial;
- Contratos de manutenção da rede elétrica de distribuição.
Consequências para o ensino e pesquisa
A falta desses contratos básicos tem causado impactos significativos em toda a comunidade acadêmica, tais como:
- Climatização comprometida: Salas de aula e ambientes administrativos estariam sem ar-condicionado funcionando adequadamente, o que tornaria o ambiente de estudo dificultado no clima amazônico;
- Estrutura física deteriorada: Atrasos em reparos estruturais e problemas de conservação comprometeriam a segurança e funcionalidade dos espaços universitários;
- Sistema elétrico instável: Interrupções e oscilações constantes na rede elétrica colocariam em risco equipamentos caros e essenciais para pesquisa e ensino, podendo resultar em prejuízos milionários.
Ações emergenciais em andamento
Diante do cenário crítico, a atual gestão teria implementado algumas medidas de emergência, como:
- Reuniões estratégicas com a Diretoria de Manutenção e Meio Ambiente para retomar processos licitatórios;
- Elaboração de projeto de reforma e manutenção da rede elétrica;
- Agilização dos processos para retomada da manutenção dos sistemas de refrigeração;
- Fortalecimento da equipe técnica com remoção de servidores engenheiros para a unidade.
Processo eleitoral para Reitoria também judicializado
Como se não bastassem os problemas estruturais e financeiros, a UFRA ainda enfrenta instabilidade na gestão superior. O processo de consulta pública para escolha da nova Reitoria está judicializado, conforme recurso nº 1019283-50.2025.4.01.0000.
A universidade informou que está trabalhando em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) para garantir que o processo eleitoral seja conduzido "em estrita observância às decisões do Poder Judiciário".
A realização da consulta pública é considerada prioridade da atual gestão pró-tempore. A atual administração da UFRA reafirmou seu compromisso em "superar os desafios estruturais" e promover uma infraestrutura adequada às necessidades da comunidade acadêmica.
No entanto, a solução dos problemas depende da resolução das pendências financeiras e da conclusão dos processos licitatórios em andamento. Para os estudantes e a comunidade acadêmica, resta a esperança de que as medidas emergenciais sejam eficazes e que a universidade possa rapidamente retomar seu papel de excelência no ensino superior amazônico.
Para mais informações, acesse também o portal Diário do Pará.
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