
A cerimônia oficial de entrega da corda que será utilizada nas procissões do Círio de Nazaré 2025 foi realizada na manhã de ontem, na cidade de Castanhal, com a presença da Diretoria da Festa de Nazaré (DFN). Produzida pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), a corda chegou a Belém por volta das 11h30 e foi encaminhada para a Estação Luciano Brambilla, no Centro Social de Nazaré, onde recebeu a tradicional bênção de um padre.
A corda permanecerá guardada na Estação até o dia 27 de setembro, quando passará por vistoria completa pela DFN e pela Guarda de Nazaré às 15h. Após da inspeção, as duas partes da corda ficarão expostas: a da Trasladação na própria Estação Luciano Brambilla, e a do Círio na Estação das Docas, até o dia 11 de outubro.
Produção local
Assim como em 2024, a corda do Círio 2025 foi confeccionada inteiramente no Pará, utilizando fibras de malva e juta, cultivadas em mais de 20 municípios paraenses, dentro de projetos de agricultura familiar que envolvem cerca de mil famílias. O modelo atual foi desenvolvido em parceria com a CTC e testado com sucesso pela DFN.
Segundo o coordenador da Diretoria da Festa de Nazaré, Antônio Sousa, a iniciativa fortalece a produção local e mantém viva a conexão do povo paraense com a festividade. “É um trabalho feito por mãos paraenses, com matérias-primas da nossa terra. Mais de 400 colaboradores participaram da confecção da corda. É uma emoção enorme ver esse símbolo da fé sendo feito aqui, com tanto carinho e dedicação”, afirmou.
A chegada da corda em Belém também foi acompanhada por fiéis. Entre eles estava o estudante Waldo Silva, de 23 anos, que acompanha a entrega desde 2022. “Participo da corda desde 2019. Quando a vi chegar pela primeira vez, me emocionei. Desde então, todos os anos venho assistir à chegada, já me preparando espiritualmente para o Círio”, contou. Waldo percorre o trajeto da Catedral até a Estação Brambilla rezando o terço, em uma prática de fé e devoção.
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Símbolo
A corda do Círio é considerada um dos maiores símbolos da festa religiosa. Medindo 800 metros de comprimento, com 60 milímetros de diâmetro, ela é dividida em duas partes iguais: uma para a procissão do Círio, outra para a Trasladação. Ambas vêm adaptadas com estações de metal que auxiliam na movimentação das berlindas.
O diretor de Procissões da DFN, Franco Marcial, reforça a importância simbólica da corda. “É com a corda que muitos romeiros cumprem suas promessas. É um instrumento de fé, de agradecimento, e que sempre nos emociona. Cada ano é como se fosse o primeiro”, declarou.
PARA ENTENDER
Tradição com raízes históricas
- A corda foi incorporada ao Círio de Nazaré em 1885, após uma enchente na orla de Belém impossibilitar o uso de cavalos para puxar a berlinda. Um comerciante emprestou uma corda, permitindo que os fiéis movimentassem a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
- Desde então, o item se tornou símbolo da união entre os romeiros e a padroeira da Amazônia. Até 2022, a corda era produzida com sisal importado de Santa Catarina. A mudança para a produção local não só fortaleceu a economia regional, como também reforçou o sentido de pertencimento e identidade paraense.
Próximas etapas
27 de setembro – Vistoria da corda, às 15h, pela DFN e Guarda de Nazaré.
Até 11 de outubro – Cordas em exposição:
*Corda da Trasladação: Estação Luciano Brambilla
*Corda do Círio: Estação das Docas.
11 de outubro – Procissão da Trasladação.
12 de outubro – Procissão do Círio.
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