
O que parecia apenas uma brincadeira comum com material escolar quase terminou em tragédia. Em menos de 15 dias, o Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM), localizado na Avenida Augusto Montenegro, em Belém, realizou três cirurgias de emergência em crianças que aspiraram objetos e tiveram as vias aéreas obstruídas.
O caso mais recente aconteceu na noite de segunda-feira (6), quando a pequena Anahí Victória Sampaio Mendes, de apenas 7 anos, moradora de Marabá, no sudeste do estado, precisou ser transferida com urgência após engolir, sem perceber, a tampa de uma caneta de colorir. O objeto ficou alojado na traqueia, impedindo parcialmente a respiração.
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Segundo o cirurgião torácico Luiz Arraes, que realizou o procedimento, a situação era crítica. “A tampinha estava obstruindo completamente a passagem de ar, e o risco de sufocamento total era altíssimo. Uma obstrução aguda poderia ter causado uma parada respiratória a qualquer momento”, explicou o médico.
A mãe da criança, Beatriz Souza Sampaio, relatou o susto e a gratidão após o atendimento. “Foi tudo muito rápido. Quando os sintomas começaram, levamos ela ao hospital em Marabá e de lá viemos direto para Belém. Só tenho a agradecer a Deus e à equipe médica que salvou a vida da minha filha.”
Casos como o de Anahí estão se tornando cada vez mais frequentes nas emergências pediátricas. Dias antes, outra menina, Safira Heloisa Lopes da Costa, de 9 anos, engoliu um dente de leite enquanto brincava em casa, no bairro da Marambaia, em Belém. A broncoaspiração causou sintomas respiratórios graves e, novamente, foi necessária uma cirurgia urgente para remover o corpo estranho.
De acordo com a cirurgiã torácica Manuela Ortiz, que atuou no caso, é essencial que pais e responsáveis estejam atentos. “Engasgos súbitos, tosse persistente, chiado no peito, rouquidão sem explicação e dificuldade para respirar são sinais de alerta que não podem ser ignorados. O atendimento médico precisa ser imediato”, alerta a especialista.
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Objetos comuns, mas perigosos
Entre os objetos mais frequentemente aspirados por crianças, estão:
- Tampas de caneta
- Moedas
- Brinquedos com peças pequenas
- Partes de dispositivos eletrônicos (como baterias)
- Grãos, balas duras e espinhas de peixe
- Fragmentos de papel, pregos e até grampos
O PSRM registra um aumento constante de ocorrências envolvendo esse tipo de acidente, que requer intervenção especializada com broncoscopia rígida e flexível, procedimentos que demandam rapidez, precisão e equipe médica treinada.
Como prevenir acidentes
A equipe de cirurgia torácica do hospital reforça algumas orientações importantes para prevenir esse tipo de acidente, principalmente em crianças pequenas:
- Evite alimentos de risco, como amendoim, pipoca, espinhas de peixe e pedaços grandes de carne
- Corte alimentos em pedaços pequenos e acompanhe a criança durante as refeições
- Evite brinquedos com partes destacáveis para menores de 3 anos
- Mantenha moedas, pilhas, botões e tampas de caneta fora do alcance
- Organize os ambientes da casa para que objetos pequenos não fiquem ao alcance dos pequenos
- Em caso de engasgo, não hesite em procurar atendimento médico especializado.
Sinais de que algo está errado
Se a criança apresentar sintomas como:
- Tosse forte súbita
- Dificuldade para respirar
- Choro silencioso
- Chiado ou estridor (som agudo ao respirar)
- Coloração azulada da pele ou lábios (cianose)
É fundamental agir com rapidez e buscar atendimento emergencial. Nesses casos, quanto mais rápido o atendimento, maior a chance de um desfecho positivo.
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