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50 ANOS DA MORTE DE VLADO

Em memória de Herzog, UFPA realiza debate sobre democracia e liberdade

Evento organizado por professores da UFPA será realizado nesta segunda-feira (270, no Espaço Lamparina Acesa, às 17h, e vai iniciar o debate com reportagem do DOL finalista do Prêmio Vladimir Herzog 2025.

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Imagem ilustrativa da notícia Em memória de Herzog, UFPA realiza debate sobre democracia e liberdade camera Vlado Herzog, símbolo de resistência à ditadura militar brasileira: a morte do jornalista sacudiu o Brasil em 1975 | Foto: Acervo do Instituto Vladimir Herzog

Há 50 anos, agentes da ditadura militar mataram o jornalista Wladimir Herzog dentro das dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em São Paulo. A morte dele, em 1975, no governo de Ernesto Geisel, causou revolta e indignação em todo o Brasil e se tornou o primeiro grande movimento pelo fim do regime autoritário no país. Para relembrar essa página infeliz da história, a Universidade Federal do Pará (UFPA) promove a mesa “50 Anos sem Herzog: Democracia e Liberdade”.

O evento relembra a trajetória profissional do jornalista, que virou um símbolo da resistência à ditadura civil-militar e da defesa da liberdade, e discute os impactos do regime militar nos dias de hoje. A discussão terá como base a reportagem “Memória, Verdade & Ditadura: as vítimas quase esquecidas de uma história que não acabou”, publicada no DOL e finalista do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na edição de 2025.

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Participam da mesa o jornalista Anderson Araújo (DOL), autor da reportagem e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto, finalista do Prêmio Wladimir Herzog; a professora Rayza Sarmento, da Faculdade de Ciências Sociais e do PPGCP-UFPA, doutora em Ciência Política pela UFMG; a professora Paloma Sá Simões, da Faculdade de Direito da FAMAZ e doutoranda em Direito pela UFPA, com pesquisas sobre biopolítica, gênero e Estado de exceção; e o professor Ricardo Evandro Martins, da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA, pesquisador nas áreas de Estado de Exceção e Teologia Política.

Os acadêmicos Ricardo Evandro Martins, Paloma Sá e Rayza Sarmento e o jornalista Anderson Araújo debatem sobre democracia em evento alusivo aos 50 anos de morte de Vladimir Herzog
📷 Os acadêmicos Ricardo Evandro Martins, Paloma Sá e Rayza Sarmento e o jornalista Anderson Araújo debatem sobre democracia em evento alusivo aos 50 anos de morte de Vladimir Herzog |Reprodução

Durante o debate, os convidados refletiram sobre o impacto da morte de Herzog e sobre o papel do jornalismo e da academia na preservação da memória histórica e na defesa da democracia. O evento destaca a importância de revisitar o passado para compreender as ameaças atuais às liberdades civis e reforçar o compromisso coletivo com a verdade e os direitos humanos.

“Lembrar Herzog é lembrar que a liberdade de expressão e o jornalismo livre são pilares da democracia. E que, sem memória, o autoritarismo encontra espaço para retornar”, destaca Ricardo Evandro Martins. Anderson Araújo afirma que o jornalismo tem papel fundamental em manter temas como democracia e direitos humanos na pauta dos veículos de comunicação. “Precisamos entender que é um assunto que continua impactando a vida pública do país até os dias de hoje. Infelizmente, ainda precisamos prestar contas com a história”, diz.

Quem foi Vladimir Herzog?

Nascido em 27 de junho de 1937, na cidade de Osijek, então pertencente ao Reino da Iugoslávia, Vladimir Herzog — ou simplesmente Vlado, seu nome real e como era conhecido por amigos e colegas — construiu uma trajetória marcada pelo compromisso com a verdade e pela defesa da liberdade de expressão. Refugiado ainda criança com a família, que fugia das perseguições nazistas na Europa, ele naturalizou-se brasileiro e fez do país seu lar definitivo.

Apaixonado por comunicação e arte, Herzog formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e logo iniciou uma carreira multifacetada. Atuou como jornalista, dramaturgo, cineasta e fotógrafo — esta última, uma de suas grandes paixões, que o acompanhava em seus projetos com o cinema. Na década de 1970, destacou-se ao assumir a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura. Paralelamente, lecionava na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, contribuindo para a formação de uma nova geração de profissionais da imprensa.

Herzog foi assassinado no DOI-CODI de São Paulo: militares tentaram forjar um suicídio, que logo foi desmascarado
📷 Herzog foi assassinado no DOI-CODI de São Paulo: militares tentaram forjar um suicídio, que logo foi desmascarado |FOTO: SILVALDO LEUNG VIEIRA/REPRODUÇÃO

No entanto, seu nome ficou tragicamente marcado na história do país. Vlado foi convocado, em outubro de 1975, a comparecer às dependências do DOI-CODI, em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas atividades políticas. Compareceu voluntariamente no dia 25, mas foi detido, torturado e assassinado nas instalações do órgão de repressão. Herzog teve sua morte inicialmente apresentada como suicídio — versão rapidamente desmentida por evidências e testemunhos.

O assassinato de Vladimir Herzog provocou forte comoção nacional e internacional. Seu funeral ecumênico, realizado na Catedral da Sé, reuniu milhares de pessoas e tornou-se um dos marcos da resistência ao regime militar. O caso contribuiu para expor as práticas de tortura e repressão no Brasil e impulsionou o movimento pela redemocratização.

O Prêmio Vladimir Herzog

A criação de um prêmio de imprensa com o objetivo de estimular jornalistas e artistas do traço a tratarem do tema da anistia e dos direitos humanos foi uma das resoluções aprovadas no Congresso Brasileiro de Anistia, realizado em Belo Horizonte, em 1978, articulado e promovido pelo CBA - Comitê Brasileiro de Anistia. Foi de Perseu Abramo, à época diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e representante da entidade no congresso, a ideia de dar o nome de Vladimir Herzog ao prêmio que ali surgia.

Atualmente, o prêmio é promovido por 18 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog; Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e União Brasileira de Escritores (UBE).

Em 2025, a 47ª edição prestou homenagem e reconhece o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que, por meio de seu trabalho cotidiano, defendem a democracia, a justiça e os direitos humanos.

Em memória de Herzog, UFPA realiza debate sobre democracia e liberdade
📷 |Divulgação

Serviço:

Mesa de debate "50 anos sem Herzog: Democracia e Liberdade"

Local: Espaço Lamparina Acesa (Livaria Travessia)

Endereço: Av. Alcindo Cacela, 1404 - Umarizal, Belém

Horário: 17h

Entrada franca.

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📷 |Divulgação
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