Batista Campos é recanto de paz no centro de Belém

Suntuosa, a Praça Batista Campos e sua belíssima arquitetura de influência francesa é o postal de hoje (19) do projeto DIÁRIO Documento, que traz, em comemoração aos 395 anos de Belém, 24 imagens (12 antigas e 12 atuais) para coleção.

No início do século XIX, o terreno da praça - hoje no coração da cidade - era uma área de sítio, considerada periferia. A última proprietária foi uma viúva portuguesa chamada Maria Manoela de Figueira e Salvaterra, que doou o espaço à Câmara Municipal de Belém. Após a transição, o local passou a se chamar Praça Sergipe, em homenagem à nova província do Brasil.

“O crescimento daquela área começa a partir do momento em que Antônio José de Lemos resolveu transformá-la no modelo que nós conhecemos hoje. Isso foi em 1897, no período Belle Époque”, explicou o especialista em história e professor da Universidade Federal do Pará, Aldrin Moura Figueiredo. Antônio Lemos, aos moldes franceses da arquitetura da praça, também tentou cultivar um carnaval típico europeu no local, para disputar com o carnaval de rua que acontecia na Praça da República. “A Praça Batista Campos já foi palco de várias peças de influência estrangeira. O castelo de pedras, por exemplo, servia para pequenas encenações de teatro. Festas japonesas também foram realizadas lá”, disse.

Diretamente ligada ao plano ‘jardins sem grades’, a praça possui 14 entradas e é repleta de coretos, pontes e chafarizes. Mais tarde, seus calçadões foram revestidos de mosaicos portugueses com motivos marajoaras. “A Batista Campos conserva o modelo de cidade jardim. É uma das poucas praças muito arborizadas construídas no século XIX que ainda se preservam. O legal também é que a estrutura foi muito pouco modificada”.

A Praça Batista Campos foi tombada pelo município em 1983. Em 2005, ganhou o “Prêmio 100 Mais Brasil”, da Revista Seleções, como a mais bela praça do país. Hoje é tida como um dos ambientes mais bonitos de Belém, com seus quase 3 mil metros de paz e sossego. (Diário do Pará)