Local estratégico do tradicional Círio de Nazaré, a escadinha do cais do porto é o postal de hoje (26) da serie DIÁRIO Documento. Até por volta de 1906, o local era estrategicamente usado para desembarque de passageiros de navios de pequeno e médio portes, que utilizavam a rampa da Sacramenta, localizada onde atualmente se inicia a Avenida Presidente Vargas. Atualmente, a escadinha faz parte da Praça Pedro Teixeira, nome dado em homenagem ao português que foi capitão-mor da província do Grão-Pará em 1640.
A praça localiza-se ao lado da Estação das Docas, hoje complexo turístico de bares, restaurantes e lojas. “A escadinha não é um espaço individual, faz parte de um contexto da praça. Por muito tempo ali foi um acesso de navios e de embarcações menores, funcionava como um trapiche. Por conta disso, também faz parte do contexto dos armazéns criados no início do século XX. Hoje, o local já tem uma certa importância na nossa memória em função do Círio. Por mais de 20 anos é onde a população recebe o desembarque da santa na procissão fluvial”, destacou a arquiteta Elna Trindade.
Dos tempos da borracha, ficou a tradição de ser ponto de encontro dos moradores de Belém. “A escadinha ainda funciona dessa forma para pessoas que querem ter acesso ao rio, embora atualmente seja mais fácil a população ter esse acesso. Acontece, por exemplo, das pessoas marcarem para jogar oferendas no rio. É uma pena que a praça hoje esteja invadida por muitos moradores de rua, que muitas vezes bebem bastante, usam drogas, e isso acaba afastando as pessoas”.
Próximo à praça, do lado direito da foto, é possível ver o atual prédio da Companhia de Docas do Pará (CDP). O prédio é um exemplo do estilo eclético, com características da arquitetura inglesa. Antes, era onde funcionava a antiga Empresa de Navegação da Amazônia (Enasa). “Esse prédio foi construído em meados de 1900 para ser a Companhia Port Of Pará, que foi a construtora do porto de Belém. O prédio foi feito para a administração e construção do porto. Ele dominava o cenário portuário inteiro pela posição dele. Tem as quatro fachadas livres, que se caracterizam pelas quatro torres de coberturas metálicas. É uma construção riquíssima, com o interior de ferro em art nouveau”, contou Elna Trindade. (Diário do Pará)
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