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Alça Viária: via do perigo e um resumo do descaso

Caminhoneiros que transportam cargas diariamente reclamam das condições da Alça Viária, no início e no fim da ponte sobre o rio Guamá. Precisamente no quilômetro 15, condutores precisam ter cautela com um buraco que se instalou no perímetro. Na tentativa

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Caminhoneiros que transportam cargas diariamente reclamam das condições da Alça Viária, no início e no fim da ponte sobre o rio Guamá. Precisamente no quilômetro 15, condutores precisam ter cautela com um buraco que se instalou no perímetro. Na tentativa de fazer o desvio, motoristas se arriscam jogando os próprios veículos na direção contrária, correndo o risco de colisões frontais.

Vestígios de acelerações bruscas fazem parte do asfalto deteriorado e da falta de segurança de condutores. Esta travessia, à noite, é ainda mais preocupante. Além dos transtornos causados pelos buracos, os sistemas de iluminação da Ponte sobre o rio Guamá estão danificados, prejudicando a visibilidade de veículos que precisam atravessá-la nesses horários.

Na extensão da rodovia PA-483, denominada oficialmente de Alça Viária até o Município de Moju, a situação é alarmante. Caminhões de carga pesada transitam pela rodovia, e com o excesso de peso, ocorre a deterioração do asfalto provocando o surgimento de buracos. Em 2004, foi inaugurada uma balança para aferir o Peso Bruto Total (PBT) dos veículos, atendendo a um conjunto de resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e de artigos do Código Brasileiro de Trânsito que regulamentam o limite máximo de peso para veículos que trafegam em vias públicas e em rodovias.

Depois de dez anos, a balança não existe mais. Caminhões-tanque e carretas enormes trafegam pela Alça Viária sem nenhuma restrição, intensificando a possibilidade de danos à rodovia, que com os serviços de manutenção precários e muitas vezes ineficientes não dão conta do aparelhamento da via, meio que interliga um complexo de rodovias de acesso a grandes celeiros econômico e populacional do Pará.

Descontente com as condições do Ramal 24, a partir da entrada da Vila São Raimundo até o município de Bujaru, o tratorista Valdirene Ferreira, de 67 anos, resolveu iniciar um abaixo assinado contra a prefeitura daquele município. “Faço este trajeto diariamente ao levar minha esposa, que é professora para uma escola municipal local”, disse.

Na ida e no retorno, o quilômetro 24, que corta a Alça Viária, ainda de piçarra apresenta inúmeras deformações e transtornos para a vida da comunidade. Condutores desavisados que trafegam pelo local acabam tendo prejuízo com peças e serviços de manutenção nos carros. “As pessoas daqui iriam fechar a pista. Não sabemos a quem recorrer ou de quem é a responsabilidade na manutenção. Queremos uma solução para esse problema”, afirma Ferreira.

Até cinco horas de espera na travessia por balsa

Passados três meses depois do desabamento de parte da ponte Moju Cidade, de 868 metros de extensão, ocorrido no dia 23 de março deste ano - quando uma embarcação com óleo de palma colidiu em um dos pilares de sustentação da ponte, impossibilitando seu uso - a população ainda sofre com a demora no embarque.

Mesmo com a introdução de mais uma balsa para travessia (inicialmente, feita com apenas duas) as pessoas esperam, em média, cinco horas para embarcar em uma das três balsas disponibilizadas. A travessia ocorre no intervalo de uma hora, desde as 6h até as 23h, com capacidade para embarque de 50 carros grandes (carretas e caminhões tanque). A terceira balsa opera em menor capacidade, com aproximadamente 40 carros de menor porte.

Em consequência da demora no embarque, cidades do Baixo Tocantins, sul e sudeste do estado que dependem da produção e exportação agrícolas sofrem com os prejuízos econômicos. Uma fila de veículos com quase três quilômetros de extensão é o reflexo dos transtornos causados pelo desabamento, que além de prejuízos no tempo, impactou social e economicamente a vida das pessoas que fazem o mesmo translado.

Ailson Abreu, 51, que trabalha com transporte afirmou que cidades dependentes da produção rural sofrem com o descaso. “Três ou quatro cidades estão abandonadas com essa situação. Abaetetuba, Barcarena, Vila dos Cabanos dependem da produção rural e não têm como escoar. Quando um produtor rural precisa fazer isso, por exemplo, acaba pagando uma taxa para que o produto seja atravessado e não retira nem a metade do lucro para o próprio sustento” argumentou.
“Cinco Horas é o tempo que eu passo todas as vezes que preciso fazer esse mesmo percurso”, dizia o caminhoneiro que viaja com mulher e filho para descarregar trigo para o sul do Pará.

Ronaldo Cancelle, de 41 anos, mora em Belém e afirmou que as condições de pavimentação da rodovia PA-150 são precárias. “O governo do estado está fazendo uma propaganda enganosa, quando afirma que o trecho de Moju até Goianésia está todo pavimentado. Apenas 50 quilômetros dessa rodovia está em condições de trafegabilidade. Mas a maior parte não possui sequer acostamento”, disse.

Moradores mojuenses acreditam que o transporte feito pela balsa é oneroso para os cofres públicos e o serviço gratuito deve continuar por pouco tempo. “Os nossos governantes dizem que os trabalhos de reconstrução da ponte Moju Cidade já começaram, mas não vemos trabalhadores e nem obra em andamento. Penso que é mais viável para nós a reconstrução da ponte, já que esse serviço acaba tendo custos maiores para o governo”, opinou a moradora Maria de Nazaré, 28.

Outros moradores, porém demonstraram satisfação com a inconclusão das obras. “Somos desprezados e isso (desabamento da ponte) valorizou quem trabalha com vendas e transportes. Nós mesmos fazemos essa travessia de pessoas, cobrando pouco por isso”, disse outro morador.

(Diário do Pará)

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