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História, turismo e cultura seguem à margem

Apesar de ser conhecida pela história peculiar, belezas naturais e construções que advêm da chamada “Belle Époque”, a história de Belém parece esquecida ou mesmo não conhecida pela maioria da população e poder público. Na última semana, completou-se 1

Apesar de ser conhecida pela história peculiar, belezas naturais e construções que advêm da chamada “Belle Époque”, a história de Belém parece esquecida ou mesmo não conhecida pela maioria da população e poder público.

Na última semana, completou-se 180 anos da Cabanagem, movimento popular durante o Império em resposta à insatisfação e às péssimas condições de vida da população, porém, nada foi promovido em memória daquele movimento, que marcou as páginas dos livros de história do Brasil.

O turismo segue restrito a determinados locais e fruto de ações de agências particulares. A cultura parece sobreviver da criatividade dos seus produtores, artistas e realizadores independentes, enquanto os grandes espaços são destinados a nomes já consagrados.

Atento a essas diferenças, o antropólogo colombiano Diego Andrés León Blanco, que cursa mestrado na Universidade Federal do Pará (UFPA), afirma que, ao chegar em Belém em 2013, havia conseguido poucas informações sobre a cidade pela internet: baía do Guajará, presença de árvores, em especial mangueiras, e o calor característico, o que demonstra pequena apresentação e mesmo variedade ao se falar da cidade.

Através de pesquisas e sua vivência na cidade, hoje conclui que Belém “é uma cidade carregada de uma história que bem merece ser destacada na história mundial. Ela foi o embrião do mundo capitalista por conta da borracha e de diferentes matérias primas exploradas na floresta”, destaca.

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Cestas artesanais espalhadas na calçada do Ver-o-Peso. (Foto: Cezar Magalhães/DOL)

No campo cultural, ainda que a produção se mantenha sempre rica, segue também carecendo de maior gestão e planejamento. Sobre o assunto, Henry Burnett, pós-doutor em Filosofia, músico e professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que “o governo é capaz de promover uma ação milionária de promoção cultural (referindo-se ao Terruá Pará), cujo foco principal é mais sua autopromoção política do que a da arte. O espaço urbano, como sabemos, permanece sendo o espaço das grandes obras, enquanto isso o IAP (Instituto de Artes do Pará) é considerado desnecessário.”

No contexto de problemas, algumas soluções, que partem de maior planejamento e incentivo por parte do poder estadual e municipal merecem destaque.

Para o jornalista e doutor em Antropologia, Relivaldo Oliveira, é necessário “exercitar o saber de viver melhor em uma cidade melhor, e isso exige que nós atentemos para as pequenas coisas, até os direitos mais importantes. Se perguntarmos para uma pessoa que anda pelacidade, sabe qual é uma das imagens mais marcantes? Um carro de luxo edele sendo arremessado um copo descartável, ou um coco. É preciso retomarmos a noção de coisa pública; de elite pensante para a cidade como um todo; de convivência dentro de alteridades. Só assim o ocupante do carro de luxo, do ônibus, o passante, talvez compreenda que o objeto arremessado não flutuará no vácuo, ele cairá sobre a cidade (metáfora).", avalia.

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Canal poluído da avenida Visconde de Souza Franco, área nobre da cidade. (Foto: Cezar Magalhães/DOL)

Já para Henry, aos problemas governamentais que dificultam melhorias na capital paraense se soma “o desamor pelos espaços de convívio, a destruição do patrimônio” por parte da população. Para o pesquisador, este seria o maior problema observado na capital paraense. A solução? O próprio Henry responde: “A necessidade maior é simplesmente amar a cidade e cuidar dela como cuidamos da nossa casa, entendendo que a cidade deve ser uma continuidade amorosa de nossa intimidade”, finaliza.

(Enderson Oliveira/DOL)

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