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CORPOS AMARRADOS

Cemitério clandestino: vítimas morreram com tiros na cabeça

O local onde quatro corpos foram localizados foi identificado após intensa varredura feita pelo Departamento de Inteligência do Corpo de Bombeiros

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Imagem ilustrativa da notícia Cemitério clandestino: vítimas morreram com tiros na cabeça camera As vítimas mais recentes, Rômulo e Allan Tadeu, ainda tinham os corpos conservados. Os outros dois corpos, de um homem e uma mulher, estavam em estado de decomposição avançado | Cácia Medeiros - RBA TV

As autoridades de segurança pública do Pará seguem analisando vestígios que possam elucidar o caso dos quatro corpos encontrados em um cemitério clandestino, em um local de mata no conjunto Maguari-Açu, em Ananindeua. Os corpos foram localizados após diligências lideradas pelo Departamento de Inteligência do Corpo de Bombeiros.

As investigações partiram da análise das condições da moto do soldado bombeiro Allan Tadeu – o soldado foi dado como desaparecido na segunda-feira (7), quando não se apresentou para o serviço. O último contato com conhecidos foi feito quando ele estava em um bar na Cidade Nova, em Ananindeua, no início da madrugada de sábado (5). A moto de Tadeu abandonada na avenida Tavares Bastos, em Belém, por um homem ainda não identificado.

A moto de Tadeu foi encontrada na manhã do dia 5. A área de inteligência do Corpo de Bombeiros também verificou, pelos sinais emitidos pelo celular de Allan Tadeu, que ele passou pelo conjunto Panorama 21, e depois retornou para o Maguari-Açu, onde o militar morava.

“O soldado Tadeu morava perto do local onde ele foi encontrado, mas nós estávamos em dúvida, porque a moto dele foi abandonada num local completamente diferente, na Tavares Bastos. A moto estava muito suja de lama. Então, vasculhamos o Utinga, a mata da Ceasa e também resolvemos fazer uma varredura naquela área, no conjunto Maguari-Açu”, explica o chefe da Inteligência dos Bombeiros, o Tenente-Coronel Douglas Silva.

Desde terça-feira (8), a área onde o cemitério clandestino foi identificado já estava sendo vasculhada por bombeiros, que suspeitavam que o soldado Tadeu poderia ter sido abandonado naquele local. Contudo, as operações tiveram de ser suspensas por conta de um tiroteio testemunhado pela equipe de buscas. “É uma área muito perigosa. Na terça-feira houve uma troca de tiros com a polícia, então, tivemos que pedir reforço”, conta o Tenente-Coronel.

Uma equipe de buscas composta por 25 bombeiros foi deslocada para o terreno, que pertence a uma empresa particular e tem fachada de frente para a BR-316. Com o apoio de policiais civis e militares, uma intensa varredura foi realizada no terreno durante toda a manhã de sexta-feira (11). Pela tarde, as covas foram encontradas.

“Fizemos uma averiguação minuciosa e vimos um terreno remexido. Começamos a cavar e logo sentimos mau cheiro. O primeiro corpo foi do Rômulo [Xavier, que estava desaparecido desde sexta-feira (4)]. Depois, vimos uma possível cova, onde havia um casal. Seguimos as buscas e localizamos o corpo do soldado Tadeu”, conta o Tenente-Coronel Douglas Silva.

Primeiras impressões sobre os corpos localizados no cemitério clandestino

Todos os corpos estavam amarrados com fios de energia ou barbantes. Todas as vítimas foram mortas com tiros na cabeça. As vítimas mais recentes, Rômulo e Allan Tadeu, ainda tinham os corpos conservados. Os outros dois corpos, de um homem e uma mulher, estavam em estado de decomposição avançado. A estimativa, segundo o Tenente Coronel Douglas Silva, é de que esse homem e essa mulher estivessem enterrados há cerca de um mês.

Ainda não há informações que levem à autoria do crime. O que é possível deduzir, ainda segundo Douglas Silva, é de que execuções com essas características demandam a participação de mais de uma pessoa.

Devido à dificuldade de acesso ao terreno onde foi identificado o cemitério clandestino, Silva também acredita que as vítimas foram levadas até o local ainda com vida por seus executores e ali foram imobilizadas e assassinadas a tiros.

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