Um caso de baleamento na pacata cidade de Vigia, no nordeste do Pará, repercutiu e chocou o estado. Segundo relatos da família da vítima, dois marinheiros estavam com duas adolescentes de 14 e 15 anos, em um motel, quando uma delas foi alvejada por um disparo na boca por um dos militares, na noite de quinta-feira (21).
Familiares da jovem atingida se deslocaram para Belém, a fim de acompanhar o caso, e deram detalhes sobre o ocorrido para a repórter Cácia Medeiros. da RBATV.
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O tio da vítima afirma que a garota conheceu os dois homens junto com uma amiga na tarde de quinta. Eles teriam convidado as duas menores de idade para lanchar em uma praça de Vigia e depois, para um local mais íntimo.
O tio afirma que a sobrinha foi atingida após um dos marinheiros tentar manter relações sexuais com ela. Após a negativa por parte da jovem, ele teria ordenado que ela abrisse a boca, então, de acordo com o relato, o militar colocou o revólver dentro e efetuou o disparo.
Sobre o estado de saúde da menor de idade, ele afirma que é considerado muito grave. "Ela perdeu os dentes, a arcada dentária dela foi destruída e o maxilar também. A bala está alojada no pescoço, próximo da coluna, o que pode deixar ela paraplégica", contou.
A mãe da vítima, muito emocionada com a situação, explicou que a filha passou por duas cirurgias para reconstrução facial e limpeza dos ferimentos. A garota foi intubada para realização do procedimento e aguarda novas avaliações do corpo médico do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.
A mãe revela que a própria filha disse que o marinheiro, que aparentava estar bêbado, colocou a arma na boca dela. A amiga da vítima relatou para a mãe da jovem que o homem ficava apontando o revólver para as menores de idade dentro do motel, de modo a intimidar as duas. Após sair do local para buscar um refrigerante, a menina ouviu o disparo.
A família se dirigiu à delegacia em Belém para prestar depoimentos, a fim de que as investigações sobre o caso avancem, pois, de acordo com os familiares, não foram solicitados exames de corpo de delito nas vítimas e nem a tipificação correta do crime por parte da Delegacia de Polícia Civil de Vigia, que foi caracterizado como lesão corporal com dolo eventual.
PRISÃO
Um dos marinheiros que se envolveram no caso foi identificado como Gabriel Norberto de Almeida Lobo. Ele foi preso na noite de quinta e autuado por lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e corrupção de menores. O suspeito foi transferido de Vigia para a cidade de Santa Izabel do Pará. O outro soldado, ainda não identificado, está foragido.
Em nota, a Delegacia de Polícia do Interior (DPI) afirma que o militar foi transferido "em razão da comoção social e por questões óbvias de segurança". Horas depois, o acusado foi novamente transferido, desta vez para a Base Naval de Belém, onde ficará em reclusão para os procedimentos judiciais cabíveis.
A Marinha do Brasil, por meio de nota, lamentou o ocorrido e reiterou "seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida e a honra, além dos princípios militares." A Marinha reforçou, ainda, que irá colaborar com os órgãos responsáveis pela investigação do caso.
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