A prisão de Juliana Giugni Cavalcante não põe fim aos trabalhos de investigação sobre o caso que investiga a morte da mãe que tem como acusada a filha pelo cometimento do crime. Segundo o Ministério Público, Juliana é a principal responsável pelo assassinato da mãe, Arlene Giugni, em janeiro deste ano, no apartamento de luxo onde morava, no bairro de Batista Campos, área nobre de Belém.
A acusada está no Centro de Recuperação Feminino. A acusada estava com a prisão preventiva decretada e se apresentou, na noite da última sexta-feira (14), na sede da Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Passou por interrogatório, porém, segundo o promotor de Justiça Franklin Lobato, ela não prestou informações sobre o crime.
Lobato, agora, deve oficializar e protocolar o pedido de reprodução simulada - que é conhecida popularmente como reconstituição - da morte de Arlene. Esta poderá ser a fase final do inquérito, que sofreu uma reviravolta durante o andamento. Isto porque no início das investigações, o irmão de Juliana, Leonardo Felipe Giugni Bahia, que é advogado, chegou a confessar que seria o autor do crime e com isto isentava a irmã da responsabilidade.
Leonardo foi preso, ainda na condição de flagrante, e alegou que a motivação do crime teria sido por causa de pão. Na época, as diligências foram encerradas com ele sendo acusado por homicídio triplamente qualificado. Contudo, o Ministério Público do Estado encontrou falhas e dúvidas no processo e pediu novas perícias. Com isso, as diligências foram reabertas pela Polícia Civil.
Para o promotor de Justiça, havia elementos suficientes que indiciavam a irmã de Leonardo, Juliana, como a autora do assassinato, sendo o advogado, portanto, o coautor. Ela virou ré no processo em meados de julho deste ano. O MP descobriu ainda que Leonardo tentou matar a irmã ao saber que ela tinha desferido os golpes de faca na mãe deles.
Franklin Lobato solicitou ainda as imagens do circuito interno do condomínio e estas mostraram que Juliana foi até a portaria do prédio com a faca usada no crime.
"Ela entregou a arma do crime para o porteiro. As várias perícias comprovam que o padrão genético encontrado na lâmina e no cabo é da acusada", frisou.
Acompanhe o que mais diz o promotor de Justiça:
O que diz a defesa
O advogado de defesa de Juliana Giugni, Rodrigo Godinho, divulgou nota à imprensa, neste sábado (15). Segundo ele, os laudos periciais deixariam claros que o irmão dela, Leonardo Giugni Bahia, teria sido o único responsável pela morte de Arlene. O primeiro é quanto ao material genético encontrado no local e nos instrumentos relacionados ao crime.
"Fora encontrado material genético do réu confesso Leonardo Bahia no cabo da faca e na lâmina utilizada para os crimes, nas unhas da mão direita da vítima fatal que demonstram uma tentativa de defesa, além de vestígios de sangue de Arlene e Juliana na bermuda que o acusado usava no dia do crime, mostrando mais uma vez que ele foi o único autor do brutal crime, sendo que todas estas provas estão no processo", sustenta o advogado.
Rodrigo Godinho pontuou também que foi encontrado um amolador de facas na cabeceira da cama de Leonardo. "No banheiro de Leonardo fora encontrado sangue na pia, na bancada, na toalha de rosto amarela e um papel ensanguentado, sendo que a perícia revelou que sangue encontrado no local e nos objetos tratava-se de sangue das duas vítimas, comprovando que o réu confesso tentou apagar vestígios de seu corpo higienizando-se", escreveu na nota.
Em relação as imagens do circuito interno de segurança, ele diz o seguinte: "se justifica com base na perícia técnica, nos depoimentos dos bombeiros e policiais militares que estiveram no local, o sangue que aparece em Juliana é o seu, haja vista ela está com várias perfurações em seu corpo, desferidas por Leonardo, e na tentativa de não ser morta".
O advogado também respondeu a alguns pontos levantados pelo Ministério Público como a limpeza no apartamento após o crime e sobre a retirada do colchão onde o cadáver foi encontrado. Godinho alega que todas as perícias foram realizadas e o local liberado para limpeza. "A irmã da vítima fatal iria relatar ao Promotor de Justiça que foi ela quem pediu para Juliana retirar o colchão aproximadamente 10 dias após o crime, pois o fedor estava insuportável e a filha da vítima fatal e irmã da vítima sobrevivente, Lorena Giugini, estavam preocupas com os vizinhos, pois o local do crime se trata de um prédio residencial, e o objeto já estava cheio de larvas, podendo gerar problemas de saúde pública".
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