O respeito ao nome social e aos pronomes de pessoas trans é um passo essencial para sua integração na sociedade. Reconhecer o nome pelo qual optaram ser chamadas é fundamental para sua identidade, seja no ambiente familiar, no trabalho, em instituições públicas ou empresas prestadoras de serviços.
Com o intuito de promover esse direito fundamental, Maria Cláudia Cardoso, estudante de marketing da Universidade de São Paulo (USP), fundou a plataforma "Respeita Meu Nome", lançada oficialmente em 29 de janeiro deste ano. O projeto visa garantir o respeito ao nome social, uma demanda crucial para a comunidade transgênero.
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A iniciativa não é apenas uma resposta a uma necessidade pessoal de Maria Cláudia, mas também uma solução para inúmeros colegas que enfrentam o desrespeito de empresas em relação ao seu nome social. A plataforma funciona como uma ferramenta de denúncia e mediação de conflitos entre empregados trans e empresas que desrespeitam seus direitos.
"A 'Respeita Meu Nome' vai ajudar as pessoas trans no sentido de trazer uma solução aqui e agora. Queremos ser um canal entre organizações privadas ou públicas e a comunidade trans", explica Maria Cláudia.
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O projeto atua em duas frentes principais: primeiro, notificando as empresas denunciadas e buscando uma solução em até 30 dias; em segundo lugar, oferecendo encaminhamento jurídico aos reclamantes em casos negativos. A plataforma também busca aprimorar-se continuamente com base nos feedbacks dos usuários e das empresas.
Para Daitô Rosa, estudante de medicina da USP, e Maria Matheus Bortoleto Cury, estudante de Direito na mesma universidade, o desrespeito ao nome social não é apenas uma questão teórica. Daitô relata constrangimento em sala de aula quando sua correção foi exposta publicamente por uma professora, enquanto Maria Matheus teve seu pedido de inclusão do nome social negado por uma empresa.
A falta de preparo das empresas para lidar com a inclusão de pessoas trans é evidente, como relatado por Júlia*, mãe de uma mulher trans, que enfrentou discriminação no ambiente de trabalho. Apesar do reconhecimento da qualidade do trabalho de sua filha, ela foi impedida de ser contratada devido a preconceitos relacionados ao nome social e à falta de cirurgia de redesignação sexual.
A "Respeita Meu Nome" representa um importante passo na luta pela inclusão e respeito às pessoas trans, não apenas no nome, mas em todas as esferas da vida. Por meio dessa plataforma, espera-se que as empresas repensem suas políticas e se tornem mais inclusivas, respeitando a identidade de todos os seus funcionários.
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