O diagnóstico do câncer mama pode provocar um sofrimento psicológico significativo nas mulheres. As pacientes têm medo da morte, da dor, dos eventos adversos do tratamento, como perda do cabelo e retirada da mama, além de alteração no funcionamento familiar. Este sofrimento pode ser um gatilho para a aparição de quadros de transtornos de humor ou, até mesmo, para o desenvolvimento da ideação suicida.
Para o Dr. Sivan Mauer, médico psiquiatra especialista em depressão e transtornos de humor, um melhor manejo da depressão pode melhorar os desfechos das pacientes com quadros oncológicos, resultando em mais qualidade de vida e maior adesão ao tratamento.
“É necessário entender a variação do risco de suicídio por sexo, idade e tipo de câncer”, explica. “No caso das pacientes com diagnostico positivo para câncer de mama, devemos avaliá-las do ponto de vista psiquiátrico principalmente em relação aos transtornos de humor, pois o desenvolvimento dessas doenças diminui em até 30% a chance de sobrevivência”, complementa ele.
Segundo o especialista, apesar dos baixos números absolutos de óbitos provenientes da depressão ou de transtornos de humor entre pacientes com câncer em comparação com as outras causas de morte relacionadas à doença, a incidência de casos de suicídio é 20% maior entre pacientes oncológicos do que na população em geral.
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“Além do acompanhamento psiquiátrico da paciente, é importante entender o histórico familiar da pessoa para um melhor diagnóstico. Caso outros membros da família já sofram com transtornos de humor, existe uma maior probabilidade de que ela desenvolva quadros semelhantes”, diz.
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil e é a segunda maior causa de mortes femininas no país, atrás somente das doenças do sistema circulatório. Entretanto, se diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, tem até 95% de chance de cura.
“A conscientização e as campanhas relacionadas ao ‘Outubro Rosa’ são de extrema importância para rastrear o risco de desenvolvimento dessas doenças secundárias em pacientes oncológicas. Dessa forma, conseguimos tempo hábil para encaminhar essas mulheres aos serviços de saúde mental e, consequentemente, aumentar as chances de sucesso no tratamento”, completa o especialista.
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