Dores de cabeça costumam afetar mais as mulheres

O Dia Nacional do Combate à Cefaleia, conhecida como dor de cabeça, é neste 19 de maio. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), a doença é a sétima mais incapacitante do mundo e atinge cerca de 140 milhões de brasileiros. Em torno de 70% das mulheres e 50% dos homens passam por isso, no mínimo, uma vez ao mês.

As cefaleias podem ser divididas em primárias, quando a dor de cabeça é a própria doença, ou secundárias, quando a dor de cabeça é um sintoma de outra patologia. “Uma virose, por exemplo, pode causar cefaleia. Porém, existem casos em que o paciente tem dores de cabeça que podem ter o aspecto crônico e necessidade de tratamento e acompanhamento”, explica o médico neurologista Antonio de Matos. Embora as dores de cabeça mais comuns sejam as primárias, elas também podem apontar para uma doença neurológica mais complexa, como tumor cerebral ou hipertensão intracraniana.

O médico pontua que, em geral, quando o paciente vai a uma consulta, o profissional verifica se tem sinais de alarme. “Daí é preciso investigar, em grande parte por meio de exames de imagem”. Com a vida corrida, alguns hábitos e comportamentos do paciente podem colaborar com o desenvolvimento das dores de cabeça, como má alimentação, jejum prolongado, excesso de gordura, álcool e estresse.

Segundo a SBC, nem toda dor de cabeça é considerada enxaqueca, uma cefaleia primária. “A enxaqueca pode ter um impacto considerável na qualidade de vida do paciente, alterando as relações interpessoais e até o casamento. Metade destes pacientes afirmam que poderiam ser pessoas melhores, caso tivessem menos dor”.

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A Sociedade Brasileira de Cefaleia também aponta que o sexo feminino é o mais atingido por esse tipo de dor. Em geral, as mulheres têm três vezes mais dores de cabeça do que os homens e em 60% delas as cefaleias pioram durante o período menstrual. “A cada cinco pacientes, quatro são mulheres e um é homem”, afirma Matos.

TELAS

O uso excessivo de telas como o celular é mais um motivo para aumento das dores de cabeça. “A chamada cefaleia cervicogênica tem relação com a musculatura crânio-cervical. Pessoas que ficam muito tempo no celular podem ter o excesso de recrutamento dessa musculatura e, logicamente, uma piora na dor”. A luminosidade extrema das telas é outro fator que pode causar dores de cabeça.

Remédios podem ser usados para aliviar a cefaleia, mas precisam de cuidados para evitar o uso indiscriminado. Cada paciente precisa de tratamento personalizado, prescrito por um profissional adequado.

“Hoje há procedimentos minimamente invasivos para dor de cabeça, voltados para bloquear os nervos da cabeça que sentem a dor. O medicamento é injetado no subcutâneo do paciente, impedindo o estímulo da dor”. Fazer uma atividade física, ter uma alimentação regular e equilibrada, melhorar a qualidade do sono são orientações que podem ajudar a prevenir as dores de cabeça.