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VERDADE OU MITO?

Comida caiu no chão?  'Regra dos 5 segundos' é real? Entenda 

Especialista explica se essa regra é cientificamente comprovada e se de fato funciona. Confira!

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Imagem ilustrativa da notícia Comida caiu no chão?  'Regra dos 5 segundos' é real? Entenda  camera Embora o piso de uma casa, restaurante ou escritório possa parecer limpo, ele pode abrigar milhões de microrganismos invisíveis a olho nu. | FOTO: Istock

Quem nunca deixou cair um pedaço de pão, uma fruta ou um biscoito no chão e, em seguida, lembrou da famosa “regra dos cinco segundos”? A crença popular diz que, se o alimento for recolhido antes de cinco segundos, não haveria tempo suficiente para bactérias contaminarem a superfície.

Mas será que essa ideia tem algum fundamento científico? A resposta é não, e insistir nesse hábito pode trazer mais riscos do que se imagina. A veterinária e especialista em segurança dos alimentos, Paula Eloize, desmistifica o tema e explica por que a regra é um mito perigoso.

“Não existe um cronômetro para as bactérias. A contaminação pode ocorrer instantaneamente, no exato momento em que o alimento toca uma superfície suja. O tempo de contato não é o principal fator de risco, mas sim a condição do local onde o alimento caiu e as características do próprio alimento”, alerta Paula.

Embora o piso de uma casa, restaurante ou escritório possa parecer limpo, ele pode abrigar milhões de microrganismos invisíveis a olho nu. Estudos já identificaram bactérias como Salmonella, Escherichia coli (E. coli) e Listeria monocytogenes em pisos aparentemente higienizados.

Essas bactérias são capazes de causar infecções alimentares graves, especialmente em crianças, idosos, gestantes e pessoas com imunidade comprometida.

Segundo a especialista, a textura e a umidade do alimento também influenciam diretamente no risco de contaminação. Alimentos úmidos, como carnes, frutas cortadas e pães recheados, criam um ambiente propício para a transferência de microrganismos, absorvendo-os quase instantaneamente.

Já alimentos secos, como biscoitos ou balas, tendem a ser menos suscetíveis, mas ainda assim não estão completamente livres de risco. “Mesmo que o alimento não apresente sujeira visível, a contaminação pode ocorrer em nível microscópico. E basta uma quantidade muito pequena de bactérias patogênicas para causar uma doença transmitida por alimento”, explica.

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A origem da “regra dos cinco segundos” não é clara, mas estudiosos acreditam que ela surgiu como uma forma de justificar um comportamento comum: o desejo de não desperdiçar comida.

“As pessoas gostam de acreditar que estão no controle da situação. Criar uma tolerância de tempo dá a sensação de que existe um ‘período seguro’. Mas, do ponto de vista científico, isso não existe. As bactérias não esperam cinco segundos para agir”, reforça Paula.

Um estudo conduzido pela Rutgers University, nos Estados Unidos, demonstrou que a transferência de bactérias para alimentos pode ser quase instantânea dependendo da superfície (madeira, azulejo, carpete, aço) e do tipo de alimento.

A orientação da especialista é simples e direta: descarte o alimento. Mesmo que não haja sujeira aparente, o risco de ingestão de microrganismos patogênicos é real. Além disso, ela recomenda evitar manusear alimentos diretamente no chão, mesmo em ambientes que parecem limpos, e adotar bons hábitos de higiene na cozinha, como a limpeza frequente de superfícies e o uso de panos higienizados, para reduzir os riscos de contaminação cruzada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez pessoas no mundo adoece todos os anos por consumir alimentos contaminados. No Brasil, estima-se que centenas de milhares de casos de doenças alimentares sequer são notificados.

Paula acredita que combater crenças populares, como a “regra dos cinco segundos”, é uma forma de conscientizar a população sobre a importância da higiene e da manipulação segura de alimentos.

“A segurança dos alimentos começa com pequenas atitudes no dia a dia. Um simples hábito, como evitar comer algo que caiu no chão, pode prevenir problemas sérios”, conclui.

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