
É quase um reflexo: abrir a torneira e lavar o frango antes de colocá-lo na panela. Para muitos, a prática parece sinônimo de higiene, mas a ciência diz o contrário. O gesto rotineiro, adotado por costume ou conselho familiar, pode representar um risco real à saúde de quem cozinha, e de quem come.
Segundo Paula Eloize, especialista em segurança dos alimentos, lavar o frango cru não elimina bactérias. Na verdade, pode espalhá-las pela pia, utensílios, bancadas e até roupas. “As pessoas acreditam que estão protegendo a família, quando, na verdade, estão criando um ambiente altamente contaminado”, alerta.
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A água, ao entrar em contato com a carne crua, carrega micro-organismos como Salmonella e Campylobacter para outras superfícies. Essas bactérias podem provocar sérias infecções gastrointestinais. A única forma segura de eliminar os agentes nocivos, segundo os especialistas, é através do cozimento completo, a temperaturas superiores a 74°C.
Mais erros comuns — e perigosos
Além de lavar o frango, outros hábitos cotidianos também podem facilitar contaminações na cozinha. Entre os mais recorrentes, estão:
Guardar comida quente fora da geladeira por muito tempo
O perigo: As bactérias se multiplicam rapidamente entre 5°C e 60°C, conhecida como zona de perigo para os alimentos.
O certo: Sempre leve os alimentos prontos à geladeira em até duas horas após o preparo
Usar a mesma tábua para carnes e hortaliças
O perigo: Carnes cruas podem conter bactérias que passam para vegetais e frutas, causando contaminação cruzada.
O certo: Tenha uma tábua exclusiva para carnes e outra para vegetais.
Não lavar frutas e verduras corretamente
O perigo: Agrotóxicos, terra e microrganismos podem estar presentes nos vegetais.
O certo: Lave bem em água corrente e deixe de molho em uma solução com água sanitária própria para essa finalidade. É importante sempre verificar o rótulo do produto para verificar se ele pode ser utilizado em alimentos..
Consumir ovos crus ou mal cozidos
O perigo: Ovos crus podem conter Salmonella, bactéria que pode causar intoxicação alimentar grave.
O certo: Cozinhe ovos até que a clara e a gema contenham firmas e prefira consumir ovos pasteurizados em receitas como maionese caseira.
Beber leite ou derivados não pasteurizados
O perigo: Leite cru pode conter bactérias perigosas, como Listeria e E. coli.
O certo: Opte sempre por leite e derivados pasteurizados, garantindo a eliminação de micro-organismos contratados.
Descuidar da higiene pessoal e dos utensílios
O perigo: Manter as mãos sujas ou usar roupas mal lavadas pode levar microorganismos para os alimentos.
O certo: Lave bem as mãos antes de cozinhar e higienize facas, colheres e outros itens antes de reutilizá-los.
Atenção aos sintomas
Sinais de contaminação alimentar variam de náuseas e diarreia a febre e dores abdominais. Em casos persistentes ou com sinais de desidratação, é fundamental procurar atendimento médico.
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“Informação é o primeiro ingrediente para uma cozinha segura”, reforça Paula. Com pequenos ajustes, é possível reduzir riscos e transformar a rotina alimentar em um ambiente mais saudável, e livre de surpresas desagradáveis.
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