
O Instituto Provincial de Relíquias Culturais e Arqueologia da China anunciou na sexta-feira, 26, a descoberta da cidade pré-histórica mais antiga já encontrada no território chinês. O sítio arqueológico localiza-se a oeste da vila de Doushan, no distrito de Xibei, cidade de Wuxi, na região leste da China.
A área da descoberta abrange 250.000 metros quadrados, sendo que 16.000 metros quadrados já passaram por escavação completa. No local, os pesquisadores encontraram artefatos que datam de até 6.000 anos, confirmando a antiguidade excepcional do assentamento.
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A cerâmica descoberta no sítio apresenta predominantemente composição de argila vermelha e arenosa. Os objetos incluem potes, tigelas e tripés, características típicas da cultura Majiabang e da posterior cultura Songze.
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As duas civilizações ocuparam períodos distintos da Era Neolítica: a Majiabang floresceu entre 5.000 e 3.300 a.C., enquanto a Songze desenvolveu-se de 3.800 a 3.300 a.C.
Durante um período específico, essas culturas coexistiram, possivelmente ocupando a mesma cidade de forma simultânea ou alternada.
Estruturas defensivas indicam sociedade complexa
Zhou Runken, chefe da equipe arqueológica e vice-diretor do Instituto Provincial de Relíquias Culturais e Arqueologia, revelou detalhes importantes sobre a estrutura urbana.
"Nossa análise sugere que o sítio da cidade de Doushan pode ter tido duas camadas de fortificações", declarou o especialista ao China Daily.
Essa configuração defensiva indica que a cidade antiga possuía um grau de desenvolvimento urbano avançado para o período, com sistemas de proteção sofisticados que demonstram organização social complexa.
Cultura Majiabang: berço da agricultura do arroz
Os especialistas consideram a cultura Majiabang como precursora das atividades de pesca, caça e coleta primitiva na região.
Mais significativamente, acreditam que a dominância posterior do arroz na agricultura chinesa teve origem com as populações deste período histórico.
Esta conexão estabelece uma ligação direta entre os habitantes pré-históricos de Doushan e uma das bases alimentares mais importantes da civilização chinesa moderna.
Tumbas Songze revelam hierarquia social
As escavações revelaram mais de 140 sepulturas da cultura Songze, repletas de objetos funerários elaborados. Entre os itens encontrados destacam-se machados de jade e pedra, tripés cerimoniais, copos de cerâmica finamente trabalhados e jarros de grandes dimensões.
Algumas sepulturas continham mais de 20 objetos diferentes, indicando o alto status social das pessoas ali sepultadas. Esta variedade e quantidade de bens funerários demonstra a existência de uma sociedade estratificada, com clara diferenciação de classes sociais.
Implicações para o estudo da civilização chinesa
O sítio arqueológico de Doushan representa uma oportunidade única para compreender as origens da civilização chinesa. As evidências coletadas até o momento sugerem que as fundações da sociedade chinesa são mais antigas e complexas do que se imaginava anteriormente.
A presença de duas culturas distintas no mesmo local, combinada com as sofisticadas estruturas defensivas e a rica cultura material encontrada, indica que esta região foi um centro de desenvolvimento civilizacional importante durante o período neolítico.
Os pesquisadores continuam as escavações no local, com expectativas de que novas descobertas possam fornecer informações adicionais sobre os primórdios da história chinesa e contribuir para uma compreensão mais profunda da evolução das sociedades humanas na região.
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