Uma bra despretensiosa, como diz o autor, o livro “O Amor nas Asas da Poesia” será lançado amanhã, quinta-feira, com uma noite de autógrafos no restaurante Empório Amazônico. Segunda obra do escritor paraense Alcides Gentil Sobrinho, a publicação reúne cerca de 80 crônicas, que representam memórias de uma vida inteira, em que Alcides homenageia as pessoas de sua família, a beleza feminina, vivências com amigos, cenários e paisagens de Alenquer, sua terra natal, além de retratar a capital paraense, onde reside. 

Também contador, advogado e auditor fiscal, Alcides completou 90 anos em novembro passado. A fala mansa e afetuosa sustenta a leveza de sua poesia. “Eu gosto de fazer poesias em função das pessoas”, diz ele, que tem textos inspirados na esposa Terezinha, nos netos e bisnetos.

Passeando pelos versos, prosas e reflexões, a obra percorre um caminho desde a “Divina Comédia” pelos escritores que servem de inspiração a Alcides, como Olavo Bilac, Olegário Mariano, Augusto dos Anjos, Casemiro de Abreu, os paraenses Bruno de Menezes e Rodrigues Pinagé - esses dois últimos, pelos quais, o poeta nutriu grande amizade. 

A coletânea, além do amor pela família, ressalta a admiração do poeta por outros escritores e ainda pelo seu time de coração, o Paysandu. Bicolor de coração, Alcides conta que escreveu “Meu Paysandu” e em seguida a poesia foi musicada pelo cantor Pepê da Viola, durante o centenário do clube, em 2014. “A poesia é um bálsamo que cura a nostalgia, a tristeza e nos faz sorrir”, acredita.

Há uma geração a veia poética está presente no DNA do autor, com uma poesia entranhada na alma que ele acredita que é um dom divino. “Desde que nasci estive ligado à poesia. Meu tio Alcides Gentil, meu pai me inspiraram, daí fui escrevendo e cedo fui começando a fazer versos. Sempre namorei a poesia e a testemunha desse amor são os livros. Desde pequeno eu declamo poesia. Meu pai, um declamador emérito de poesia, quando estava em uma festa, era convidado para recitá-la”, recorda Alcides, dizendo ainda que também herdou esse amor pela recitação, coisa que fazia de forma costumeira em casa, a convite dos pais.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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