No dia 2 de fevereiro de 2022, um crime chamou a atenção da comunidade marabaense no sudeste do Pará. Daniel Alberto Gomez, de 35 anos, foi executado com diversos disparos de arma de fogo, no início da madrugada daquele dia na Rua Guilherme Bessa, Bairro Cidade Nova. O detalhe que chama a atenção é que Daniel era venezuelano, estava há pouco mais de dois anos em Marabá, fugindo dos problemas de seu país e tentando uma vida melhor.
Daniel trabalhava fazendo bicos como cabeleireiro no núcleo Cidade Nova e para os vizinhos e conhecidos, o venezuelano dizia falar diversos idiomas e até mesmo salientava que em seu país, atuava como advogado.
O principal suspeito da morte de Daniel é o professor de Matemática Iran Medrada da Silva, educador há 25 anos na cidade. Ele foi preso 20 dias depois, após investigação da Divisão de Homicídios de Marabá. A suspeita era de que Iran tenha mandado matar o venezuelano, por ciúmes, visto o estrangeiro estar saindo com a ex-esposa do professor.
Nesta quinta-feira (31) aconteceu o julgamento de Iran Medrada da Silva no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes em Marabá. O julgamento foi presidido pela juíza Renata Guerreiro Milhomem, titular da 1ª Vara Criminal de Marabá.
Veja também:
Menino de 10 anos morre eletrocutado em escola de Marabá
Criança de 6 anos é morta após brincadeira de "roleta-russa"
Vídeo: Regis Danese está em estado grave, diz hospital
O advogado de defesa de Iran Medra, Dr. Getúlio Sousa, diz que existem provas contundentes da inocência do professor. "Um professor de educação indígena, um professor universitário, com um processo que nós julgamos que foi feito com algumas lacunas processuais", declarou ele em entrevista.
"Iremos trazer isso ao júri com muita tranqüilidade para o Conselho de Sentença da cidade de Marabá", disse.
Familiares do professor acompanhavam o julgamento mas não quiseram se pronunciar sobre o caso.
O advogado Neto Gouvêa também faz parte da defesa do professor e é enfático em afirmar a inocência do réu. "Estamos diante de um homem manifestamente inocente, um homem que é útil à sociedade, útil à família, um homem que contribuiu com a educação de Marabá", declarou.
"Um homem que está preso como um animal por um crime que não praticou e eu não tenho dúvidas que a sociedade de Marabá, ao ouvir o Ministério Público, ao ouvir a defesa será sensível", enfatizou o advogado.
O julgamento deve se estender até a noite desta quinta-feira (31). (Com informações e apoio de Elioenay Brasil e Edinaldo Sousa)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar