Considerada a orixá dos mares, Iemanjá, uma das mais cultuadas no Candomblé e na Umbanda, conhecida como protetora dos pescadores, é celebrada nesta sexta-feira, 2. Na tradição das religiões de origem africana, a divindade é reverenciada com oferendas como joias, perfumes e rosas brancas. E a roda de samba Fé no Batuque se une às homenagens com uma edição especial hoje, a partir das 20h, na Feira do Açaí, com a participação das cantoras Mary Rodrigues, Ruth Costa, Priscila Cobra e Iara Mê.
A escolha por convidar artistas mulheres não foi aleatória. “Iemanjá é nossa deusa das águas, é energia de mãe, de proteção e de cuidado. É energia de renovação, de novas entradas. O projeto Samba Batuque da Feira do Açaí está nesse processo de ampliação, de novas possibilidades de colher frutos”, diz a produtora cultural Lorena Saavedra, uma das organizadoras do projeto, com Geraldo Nogueira e Jack Sainha.
Além das cantoras convidadas, ela destaca outras participações importantes. “Temos a nossa DJ e produtora do samba, a Jack Sainha, Pimenta Doce, que é um projeto da artista Maiara Almeida, e o grupo Samb’Axé. Vai ser uma noite muito especial, histórica, onde vamos louvar nossos ancestrais através da música, do samba, do batuque, das vozes, celebrando coletivamente a nossa cultura e nossa Rainha Iemanjá.”
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O Samba Batuque da Feira do Açaí acontece toda primeira sexta-feira de cada mês, durante o ano todo. É uma iniciativa popular e independente, com a proposta de ocupação cultural sem fins lucrativos. Frequentadora assídua da roda desde que ela iniciou, a cantora e compositora Priscila Cobra conta que está feliz por fazer uma participação especial na festa. “Eu interpreto uma música que se chama ‘Flores para Iemanjá’, que é composição do mestre Lourival Igarapé, em parceria com Caetano. Essa música foi lançada no meu primeiro álbum, chamado ‘Carimbó Cobra Venenosa’. É uma saudação à rainha das águas, adaptada para a nossa realidade da Amazônia. Nós temos os igarapés, os rios, e Icoaraci é um distrito banhado pelo rio Maguari, tem a orla, a música fala disso e da nossa vivência, mas também da devoção a Iemanjá”, descreve.
“Considero que cantar sempre é cura, e cantar pra Iemanjá é além disso, é axé. É ainda especial, sobretudo, por estar num espaço feito coletivamente com outros artistas que também têm axé, respeito pelas tradições, e ocupam as ruas. Essa é a minha vibe, essa é a minha fé. Então convido todo mundo que queira chegar, participar, vamos receber vocês com muita alegria”, diz Priscila, que entre os projetos para este ano inclui lançar o primeiro trabalho do Carimbó Cobra Venenosa em todas as plataformas e um registro de “Matinta chegou”, de Matheus Moura.
BLOCO DA RESISTÊNCIA
Este ano, o Fé no Batuque também entra na folia de Momo. No próximo domingo, 4, o Bloco da Resistência sairá pela primeira vez às ruas da Campina, com concentração a partir de 15h, na Rua Leão XIII, no coração do comércio de Belém. Com direito a marchinhas, carimbó e muita alegria, o grupo convida Os Falsos do Carimbó, Sativos do Mangue, e a Fanfarra Odivelense. Além dos anfitriões do Fé no Batuque e DJ Jack Sainha.
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“No domingo acontece o Bloco da Resistência, na Rua Leão XIII com a Gaspar Viana, uma rua de paralelepípedos, onde a gente celebra corpos negros que foram responsáveis pelas construções coloniais escravocratas do século 18. O Bloco da Resistência começa às 15h e segue até às 21h. A expectativa é de receber um público muito especial de batuqueires para essa celebração”, diz Lorena Saavedra.
Haverá a participação de madrinhas e padrinhos do bloco, como a produtora audiovisual e atriz Joyce Cursino, a transformista Xirleytão e os influenciadores digitais Tunne Valente e Gabriel Égua Preto.
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