Desde que chegou ao Paysandu, o centroavante Danrlei tem passado por altos e baixos. Os bons momentos se referem aos gols, à entrega dentro de campo e à boa relação com a Fiel. Os ruins são todos por conta da condição física sui generis que ainda tem e que o levaram a ter seguidas pequenas lesões musculares que o atrapalharam bastante. O departamento médico e o de fisioterapia do clube atestaram no atleta um desequilíbrio muscular que acarretava em contusões ou quedas de rendimento, e ao longo dos últimos meses vêm fazendo um trabalho diferenciado no jogador para que isso não abrevie sua carreira.

Mesmo tendo perdido a condição de titular, os números do atacante de 26 anos ainda são muito bons. São doze gols em 36 jogos com a camisa bicolor, a maioria deles saindo do banco de reservas. Em 2022, foram oito gols até aqui. Diretor do Departamento de Saúde do Paysandu, o médico Edilson Andrade lembrou o fato de Danrlei ter um tempo curto de futebol profissional, não tendo feito um “trabalho de base específico de preparo para ascensão ao nível profissional, associado às características próprias do atleta e aos riscos extrínsecos (ambientais) da nossa região, que expõem o mesmo a um elevado risco de lesões musculares e articulares”.

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Edilson Andrade destacou que desde a chegada do jogador à Curuzu, o DS identificou as necessidades dele, formulando um programa diário individual de prevenção, que envolve desde intervenções nutricionais até trabalhos coordenativos, de equilíbrio muscular, fortalecimentos e alongamentos.

Júnior Furtado, fisioterapeuta do Paysandu, explicou que esse trabalho iniciou no ano passado, quando Danrlei começou a apresentar lesões no grupo posterior da coxa direita. Quando depois de recuperado a mesma lesão voltou a acontecer, foi detectada a necessidade de exames e tratamentos mais avançados, inclusive recorrendo aos jogos fora para buscar testes em equipamentos mais avançados.

“Resolvemos aproveitar jogos fora para fazermos avaliações no dinamômetro de resistência isocinética (exame para identificar desequilíbrios musculares). A primeira avaliação aconteceu no Grêmio-RS, quando identificamos valores altos de assimetria. A segunda foi na Universidade Federal do Ceará, que serviu de parâmetro de evolução. A terceira será no Vitória-BA, dia 16 (de julho), quando esperamos ter alcançado valores bem próximos da normalidade”.

Furtado também citou a falta de uma categoria de base em Danrlei, algo que cobra um preço pela falta de uma preparação física correta. “A falta de uma base nos anos de formação do atleta, nos revela alterações no complexo de coordenação e agilidade, além de influenciar na não evolução de padrões de movimentos inerentes do futebol. Mas, o que nos traz de positivo, é que isso tem solução”.

Foto: Divulgação/PSC

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