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Remo e Paysandu deixam de ganhar R$ 32 milhões sem acesso

Juntos, azulinos e bicolores terão que amargar mais um ano na Série C, sem melhores cotas de patrocínio, maior visibilidade de TV na Série B e orçamentos reduzidos no departamento de futebol.

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Imagem ilustrativa da notícia Remo e Paysandu deixam de ganhar R$ 32 milhões sem acesso camera Apesar das eliminações e frustações, torcidas de Papão e Leão continuam sendo a principal fonte de sustentação dos clubes na temporada. | Jorge Luis Totti/Paysandu e Samara Miranda/Remo

A cada temporada que passa, o futebol profissional tem se tornado cada vez mais dispendioso. E para quem disputa a Série C, o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro significa uma grande oportunidade de melhorar a situação financeira, com acesso a receitas de TV que a terceira divisão não dá. Além do mais, cada clube participante passa a ter também uma imensa visibilidade que a competição oferece.

Com a eliminação do Paysandu ainda na penúltima rodada da segunda fase da terceirona nacional e o Clube do Remo nem sequer chegando a fase quadrangular da competição, o futebol paraense acaba acumulando mais uma frustração, com suas principais equipes vivendo pelo menos mais um ano na Série C. E por conta disso, ambos os clubes terão que rever mais uma vez as suas contas e, pelo menos há priori, apostar em elencos mais modestos.

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Na Série C, as cotas de participação e premiação giram em torno de R$ 450 mil e mais um carro 0 km, valor bem abaixo dos padrões da segunda divisão. Ao longo de oito meses de duração da competição, cada equipe teria cerca de R$ 11 milhões apenas com cota de TV e também placas publicitárias, isso sem contar com o crescimento do sócio-torcedor, faturamento com materiais esportivos e arrecadação com bilheteria, afinal dos 38 jogos disputados, 19 são como mandante da partida.

Na Série C de 2022, em 10 jogos como mandante no estádio Baenão, o Clube do Remo levou as arquibancadas um total de 89.089 torcedores, tendo média de 8.909 por partida, somando uma arrecadação total de R$ 1.627.119,00. Já no Paysandu, mesmo ainda faltando um jogo para terminar sua participação, ao longo de 12 confrontos (10 na Curuzu e 2 na Arena Verde), 90.099 bicolores estiveram nas arquibancadas, com média de 7.058 por jogo, gerando aos cofres do clube R$ 2.104.100,00.

Tendo em consideração o preço dos ingressos cobrados e a média de torcida nos jogos, somente com bilheteria Leão e Papão podem ter perdido a oportunidade de arrecadar algo em torno de R$ 3 a 4 milhões com a falha em garantir o acesso. Isso sem contar que no próximo ano o já reformado estádio Mangueirão estará apto à receber os jogos com capacidade ampliada para 53 mil torcedores, o que aumentaria ainda mais o fluxo dos torcedores nos confrontos disputados.

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Sobre o plano de sócio-torcedor dos clubes, o Paysandu tem atualmente 6.842 adimplentes, segundo consta no site oficial do Sócio Fiel Bicolor, e até antes da eliminação na Série C, a diretoria planejava o crescimento de adesões para 10 mil ainda neste ano. Enquanto isso, o Clube do Remo - pelo menos no seu último jogo oficial na temporada em Belém, diante da Aparecidense-GO, apresentou 4.271 sócios nas arquibancadas do Baenão. Entretanto, de acordo com o presidente Fábio Bentes a empresa que administra o Nação Azul tem causado insatisfação devido alguns problemas apresentados.

Com o acesso, cada clube almejava o crescimento de R$ 2 milhões em verba de sócio torcedor e mais R$ 1 milhão na venda de camisas e outros materiais esportivos. Com a insatisfação de ambas as torcidas, é natural que estes números caiam gradativamente até o início do próximo Campeonato Paraense, que está previsto para acontecer na segunda quinzena de janeiro de 2023. Diante disso, cada clube deixa de faturar entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões com mais um ano na Série C.

Sem todos esses atributos, as receitas que estavam sendo programadas com a ascensão no cenário esportivo nacional acabam reduzindo consideravelmente, contrastando com os planos grandiosos que até então têm sido elaborados. Com a atual realidade financeira, azulinos e bicolores têm encontrado dificuldades em poder concretizar seus projetos, como os centros de treinamentos, que no Leão segue em fase de remodelação no Outeiro, e no Papão ainda está em construção em Ananindeua.

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