O cancelamento das festividades públicas de Réveillon e do Carnaval de 2022 na maioria das capitais brasileiras deve provocar uma redução no consumo de bebidas alcoólicas, impactando negativamente o faturamento das fabricantes, segundo um analista de investimentos.
A Prefeitura de São Paulo, cidade mais populosa do país anunciou no inicio desse mês que o município não promoverá festa de Réveillon. A decisão se soma a outras 15, já informadas por outras capitais (Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Cuiabá, Belém, João Pessoa, São Luís, Vitória, Campo Grande, Aracaju, Natal e Palmas).
O presidente da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo), Maurício Stainoff, diz que a capital paulista, sem a tradicional festa na Avenida Paulista, deve receber menos turistas neste fim de ano, o que tende a prejudicar as vendas de bebidas em bares e restaurantes. “As viagens, as reservas serão canceladas, e o consumo [de bebidas] tende a cair”, disse Stainoff à Bloomberg Línea.
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Já Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão da Nova Futura Investimentos, considerou que, se confirmados os cancelamentos das festas, haverá uma reavaliação do mercado quanto às projeções de faturamento do setor de bebidas.
“Isso é inevitável acontecer. O mercado já reagiu, em grande medida, a isso. Exemplo: Ambev (SA:ABEV3) estava numa trajetória muito boa, mas já devolveu uma parte do resultado da valorização que vinha tendo nas últimas semanas. De fato, Ambev reflete isso. Em um mês, a ação da Ambev caiu quase 10%. Ela vinha tendo um comportamento melhor do que o mercado, na média. Mas é justamente por conta disso, pela percepção de que havendo o cancelamento das festividades do fim do ano, o consumo de bebidas cai. Não acredito que o setor passe incólume a essa revisão para baixo das vendas de fim de ano, que são bastante importantes”, comentou Silveira.
Até o terceiro trimestre deste ano, a Ambev vinha registrando sucessivos aumentos de receitas, batendo recorde nos volumes de vendas. Entre julho e setembro, a companhia viu os volumes de cerveja no Brasil crescerem 7,5% na comparação anual, totalizando 45,7 milhões de hectolitros.
No inicio desse mês, a ABEV3 registrou uma cotação mínima de R$ 15,83, em queda de 1,12%, mas acabou fechando a R$ 15,98, baixa de 0,19%, acumulando uma desvalorização de 7,25% em uma semana e de 7,94% em um mês. No ano, o papel ainda acumula ganho nominal de 10,33%.
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