Os atos antidemocráticos realizados no dia 8 de janeiro de 2023 marcaram a história da democracia e da política brasileira, no momento em que apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes da República e promoveram vandalismos, depredações e todo tipo de destruição dos prédios públicos em Brasília (DF).
Após quase um ano e meio do 8/1, alguns dos acusados pelos atos antidemocráticos ainda são julgados pelos crimes cometidos naquela data. Nesta sexta-feira (28), a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação à prisão, em regime fechado, de Antônio Cláudio Alves Ferreira, um dos réus pelos ataques em Brasília.
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O bolsonarista foi preso por participar da invasão ao Palácio do Planalto durante os atos golpistas. Ele, inclusive, foi o responsável pela destruição de um relógio histórico do século 17, que estava exposto no prédio quando houve a depredação.
O julgamento virtual da ação penal contra Antônio Cláudio começou no dia 21 deste mês e está marcado para se encerrar às 23h59 desta sexta-feira. Até o momento, votaram pela condenação o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Os demais ainda não votaram.
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Até o momento, somente Barroso divergiu em parte, votando pela não condenação no caso de um dos crimes. Os demais votaram pela condenação pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, dano do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Moraes sugeriu pena de 17 anos de prisão. Ainda não há maioria a respeito do tamanho da pena, que deve ser calculada após o encerramento do julgamento. Até o momento, contudo, os ministros que votaram foram favoráveis ao pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos causados por todos os acusados que invadiram as sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro.
ITEM HISTÓRICO
O relógio histórico destruído pelo réu foi fabricado pelo renomado relojoeiro francês Balthazar Martinot, tendo sido presenteado ao imperador Dom João VI, que o trouxe ao Brasil em1808. O item faz parte do acervo da Presidência da República e foi enviado à Suíça para restauração.
Durante a tramitação do processo, o acusado prestou depoimento e confessou que esteve no Palácio do Planalto e danificou o relógio. Após os atos, ele fugiu para Uberlândia, em Minas Gerais, onde foi preso pela Polícia Federal.
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