Dá para imaginar a cena: 2 milhões de pessoas fazendo um percurso de cerca de 3,6 quilômetros em nove horas e 15 minutos, uma boa parte dentro de um espaço delimitado por uma corda atrás de uma pequena imagem que é considerada a Padroeira dos Paraenses? Talvez para quem não veja com os “próprios olhos” é difícil mesmo de acreditar, mas no ano de 2004, isso ocorreu. Foi o Círio de Nazaré mais longo da história.
Com a demora na realização da procissão, consequentemente o tradicional almoço por pouco não virou a “janta do Círio”. Mas, para quem tem devoção na Santa, não importa se a romaria demora uma, duas, sete ou nove horas. O que importa é o sentimento do dever cumprido, da graça paga com o sacrifício dentro ou fora da corda.
O supervisor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Roberto Sena, que já tem mais de 20 anos de pesquisa na área econômica e social do Círio, considera a Grande Procissão de 2004 como um marco na história do Círio, não apenas em função da demora, mas pelo fato de ter sido o último ano em que a corda foi utilizada na forma de U.
“A Diretoria da Festa já vinha pensando em como fazer com que a corda e os romeiros chegassem juntos, afinal, quem leva o Círio é o romeiro. E, era necessário que se desse condições para isso. Então, em 2004 se fechou uma fase da corda que até então já tinha 200 anos: a partir do ano seguinte a corda passou a ter formato linear, com as estações, o que facilitou para que a procissão fluisse melhor”.
Sena observa que quanto mais demorada a procissão do Círio, consequentemente maior o número de ocorrências. “Naquele ano de 2004, a quantidade de casos foi gigante, comparado com os demais anos, a Cruz Vermelha atendeu, talvez, o seu maior público”.
A partir de 2005, segundo Sena, o Círio passou a ter um tempo médio de seis horas e meia. “Com o novo trabalho em torno da corda, passou a ser bem mais curto do que o de 2004. A procissão está encerrando próximo da hora prevista, os romeiros conseguem chegar junto com a corda”. Quanto ao Círio mais curto da história pode-se citar o ano de 2002. O percurso tradicional foi modificado por causa do incêndio que atingiu uma casa comercial situada no Boulevard Castilhos França. (Diário do Pará)


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