As notícias de novos ataques armados em escolas nos Estados Unidos trazem uma sensação triste de repetição. E a vida nunca volta completamente ao normal depois que todo o alarde da imprensa passa.
Um ataque a tiros em uma escola na cidade de Perry, em Iowa, no centro-oeste dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (4) deixou ao menos um morto e três feridos.
O incidente ocorreu no primeiro dia de aula após o recesso do fim de ano. Segundo a emissora NBC, o atirador, cuja identidade não foi revelada, está morto, possivelmente em decorrência de um ferimento de bala autoinfligido. Não está claro se o óbito contabilizado é dele.
Ainda de acordo com a rede, outras três pessoas, dois alunos e um funcionário, foram feridas durante o ataque, e uma delas está internada em estado grave.
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Os primeiros relatos sobre o ataque surgiram por volta das 7h40 do horário local, quando um policial foi imediatamente enviado à escola. Até às 8h30, ela tinha sido esvaziada por completo.
"Não há mais perigo para a população. A comunidade está a salvo", afirmou o xerife do condado de Dallas, Adam Infante. Ele acrescentou que, como as aulas ainda não tinham começado, havia poucas pessoas dentro do prédio quando o agressor começou a atirar, o que provavelmente contribuiu para que o número de vítimas não fosse maior.
Perry tem cerca de 7.900 habitantes e está localizada a 64 km ao norte da capital do estado, Des Moines. Agentes do escritório local do FBI, a polícia federal americana, estão no local do crime e auxiliam a Divisão de Investigações Criminais de Iowa nas apurações.
A agência de notícias Associated Press (AP) afirmou que vários veículos de emergência cercavam o prédio da escola na manhã desta quinta. O motorista de caminhão de lixo Kevin Shelley contou à agência que seu filho de 15 anos, Zander, tinha enviado uma mensagem de celular para ele às 7:36 avisando da situação.
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O estudante estava no corredor aguardando as aulas começarem quando ouviu tiros e correu para uma sala, sendo atingido de raspão duas vezes antes de conseguir se esconder. Ao receber a mensagem, Kevin Shelley avisou ao seu chefe que precisava ir embora imediatamente. "Nunca tive tanto medo em toda a minha vida", disse à AP.
À mesma agência, Rachael Kares, 18, afirmou que ela e colegas da banda de jazz da escola estavam encerrando um ensaio quando ouviram o que pareciam ser quatro tiros. "A professora olhou para a gente e gritou: 'Corram!'. Então corremos."
O ataque ocorre dias antes da tradicional largada oficial da corrida presidencial em Iowa. Vivek Ramaswamy, pré-candidato pelo Partido Republicano, havia programado um comício em Perry para esta quinta, mas substituiu o evento por uma "oração conjunta" após relatos do atentado, afirmou um porta-voz de sua campanha à Reuters.
A ONG Gun Violence Archive, que há quase dez anos acompanha a violência armada nos EUA, registrou 656 ataques a tiros no país em 2023.
Sempre que ocorrem episódios do tipo, volta ao debate público a discussão sobre a facilidade de acesso a armas de fogo na nação. O tema divide a sociedade americana, tanto eleitores como políticos: republicanos defendem restrições mínimas à compra e à posse de armas, enquanto democratas apoiam aumentar o controle sobre esses artefatos.
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