Nas praças de Belém, vendedores de coco e guaraná criaram seu próprio nicho de mercado entre frequentadores, atraindo moradores e visitantes, sendo facilmente encontradas pelos logradouros da capital. De um lado, o Guaraná da Amazônia é feito com o pó do fruto, muitas vezes “turbinado” com amendoim, ovo de codorna, mel e catuaba, servido em generosas doses a partir de 400 ml, com direito a calda dos mais variados sabores. Os preços também variam de acordo com o local, mas geralmente custam entre R$ 7 e R$ 15.
É possível encontrar também a água de coco, uma bebida natural, com vitaminas, sais minerais, carboidratos, aminoácidos e antioxidantes, que custa em média R$ 5. A água de coco, além dos benefícios para a saúde, transformou-se num mercado consolidado, abastecido graças a generosidade da abundante natureza da região.
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Há duas décadas o vendedor de coco Silvério Lourencio Régis, 42 anos, faz parte do cotidiano da Praça Batista Campos. Ele acompanhou enormes transformações sociais, perda de clientes e luta para vencer em plena pandemia. “A gente percebe que muita coisa mudou, desde a praça, passando pelo tipo de cliente, a necessidade de atendimento, a organização do espaço. Antes eram 10 vendedores, você tinha uma boa relação, vendia bastante, era mais próximo das pessoas, tinha amizade e todo mundo se respeitava. Hoje são 22 barracas, muita gente oferecendo, fica uma correria para cima do cliente, que não pode escolher onde quer ficar. Está meio complicado, mas a praça nunca deixa de ser o espaço preferido”, reitera.
Irineu Machado, 63, é cliente assíduo da barraca. “Já criei o hábito de vir aqui. E confesso que venho pela água de coco, mas também pela conversa. Ele (Silvério), virou meu amigo e sempre conversamos, colocamos os assuntos em dia”, conta.
GUARANÁ
Já a Praça Brasil atrai dezenas de pessoas para consumir o guaraná de um dos dez vendedores de Guaraná da Amazônia autorizados a trabalharem no espaço. A rotina dos clientes é fiel e diária. “Eu sempre gostei mais do tradicional, mas de uns dias para cá descobri o de açaí. Sempre que saio para pedalar, dar uma volta, eu paro aqui. É um hábito muito saboroso que gosto de manter vivo, pois vai muito além disso aqui. Sempre que todo, me lembro da minha infância, minha mãe”, descreve o professor Danilo Mercês, 28.
Segundo a vendedora Michelle Raiol, 39, o local se tornou um ponto turístico. “A maior parte das pessoas que chega aqui é com essa finalidade. Virou um ‘point”, conta. Durante o horário estendido, é possível vender entre 50 e 70 unidades, até às 23h, quando encerram as atividades. “A gente não para. Toda hora tem cliente. Alguns já viram amigos. A pessoa vem todo dia, conversa comigo, me conta sobre a vida, ouve. Vira uma relação muito forte”, destaca.
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